ZDB

História

A Associação Zé dos Bois foi fundada por iniciativa civil no dia 27 de Outubro de 1994. O seu objectivo, como descrito nos estatutos apensos à escritura de constituição, era “promover exposições, instalações, mostras de vídeo, performances, intervenções musicais e quaisquer outras actividades” no domínio artístico. Ainda que menos expresso, o intuito primordial dos seus quinze fundadores foi o de criar uma estrutura capaz de estabelecer uma alternativa ao panorama de exclusão comercial e institucional com que se deparavam no início da década de 1990.

Concebida inicialmente como um espaço de atelier e de apresentação pública, a primeira versão da associação definia-a como uma estrutura dedicada sobretudo a apoiar as necessidades logísticas e expositivas dos seus fundadores. Esta situação viria, contudo, a ser alterada cerca de um ano mais tarde com a decisão de abrir a Zé dos Bois a criadores externos, transformando-a numa plataforma que quis acolher toda uma geração e um conjunto de práticas marginais que, de outro modo, não encontrariam lugar nem representação no contexto nacional. Exposições como O Império Contra-Ataca (1998), espectáculos multimédia como o vídeo-teatro Handicap (1996) ou as inúmeras actividades, por autores nacionais e internacionais, incluídas nas três edições do Festival Atlântico (1995, 97 e 99) viriam a ser veículos privilegiados para a experimentação e para a progressiva abertura da criação nacional às colaborações externas. Os anos seguintes corresponderam a um processo de intensificação e diferenciação das actividades, com a crescente abertura da ZDBmüsique a concertos internacionais, a fundação do NEGÓCIO, que concedeu identidade à área das artes performativas e as dotou de um espaço próprio – um teatro de 150 metros quadrados instalado numa antiga cavalariça sita na Rua d’O Século –, a implementação de um serviço educativo, e o estabelecimento de um programa curatorial que substituiu a lógica da mera apresentação de projectos pela da optimização das condições de produção e de acompanhamento conceptual. Na actualidade, a Zé dos Bois mantém muitos dos traços identitários que têm feito a sua história. O espírito de colaboração e empatia, uma ideia transversal de serviço público, a procura por novos públicos e a manutenção dos laços estreitos com a comunidade envolvente, mas também o estímulo ao debate e à participação, o espaço dado à experimentação e ao risco, o apoio multivalente aos criadores e a aposta na optimização das suas obras continuam a ser os valores pelos quais se norteia a actividade da associação.

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