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Música
Concertos

2 dias com LEAN LEFT

— Ken Vandermark, Terrie Ex, Andy Moor, Paal Nilssen-Love

sex14.09.1822:00
sex14.09.1822:00
Galeria Zé dos Bois


Lean Left ©

Lean Left convidam Luís Vicente (dia 14) e Carlos Zíngaro (dia 15)

Se não apelidamos os Lean Lef de super grupo é porque a própria natureza comunitária do jazz, feita de partilha e diálogo aberto, é dada desde logo a encontros mais ou menos prementes entre os iluminados alinhados com essa e demais linguagens de libertação. Ainda assim, e não fosse a própria expressão tão carregada de mercantilismo, uma banda que reúne o saxofone de Ken Vandermark, a bateria de Paal Nilssen-Love e as guitarras de Terrie Ex e Andy Moore num mesmo espaço está mesmo cunhada para esse tipo de hipérbole.

De um lado as cordas oblíquas, rasgadas, únicas dos The Ex, banda holandesa que desbrava há praticamente quatro décadas novos caminhos nascidos do inconformismo do punk capazes de abraçar as mais diversas disciplinas humanas e artísticas com especial devoção pelas formas mais indizíveis do free jazz – Terrie Ex através dos Original Silence ou Offonoff – e campos de exploração contínua – Andy Moore e as suas colaborações com DJ/Rupture, Yannis Kyriakides, John Butcher ou Alva Noto. Do outro, as fundações jazzísticas com vistas largas e quase absolutas de Vandermark e Nilssen-Love. Duas figuras já bem calejadas no Aquário cujo trajecto tem sido fulcral para a vitalidade e respectiva história do jazz e da música improvisada e sem nome deste século. Quatro mentes numa paisagem de liberdade, portanto.

Já com sete álbuns editados – quatro deles a apanhar a energia do concerto, como cenário ideal para esta música – que remontam a 2010 e a ‘Volume 1’ e ‘Volume 2’ na Smalltown Superjazz os Lean Left abrem uma panorâmica de dinâmicas que vão do fogo criado pelas dissonâncias tempestuosas das cordas, em explosões miméticas com o rugido do saxofone e o estrépito da bateria a momentos de abstracção textural a carregar a tensão e o silêncio. ‘I Forgot to Breathe’ lançado no ano passado pela Trost revela um fascínio pela anatomia do sistema cárdiorrespiratório como metáfora para toda a energia que alimenta a sua música. A bater no limite.

Para esta dupla apresentação do quarteto foram convidados Luís Vicente (dia 14) e Carlos Zíngaro (dia 15) para colaborarem com a banda, como que a perpetuar esse tal sentimento de comunidade que era mencionado acima neste texto. Como que a injectar nova(s) realidade(s) nesta vida. BS

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