Se a criação musical também espelha uma época, então estes são definitivamente tempos agitados, de mudança e transformação. Alguns dos discos que se vão escutando ao longo deste ano, do rap à electrónica, transmitem essa sensação – e muito mais. Muitos perguntam-se até que ponto pode um artista ser completamente averso a uma posição política na presente altura em que se vive. Essa consciência, mais social e progressista, tem gerado um despertar de novos intervenientes, colectivos e correntes musicais esteticamente desafiantes. Convém ainda ressaltar, com agrado, que boa parte desta produção tem origem feminina ou transgénera. Elysia Crampton, Octa Octa ou The Black Madonna são claros exemplos da importância essencial desta noção de liberdade, tolerância ou luta. NA
