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Artes Visuais
Exposições

A cabine das medusas – uma exposição de cáusticas

— de Caty Olive

14.04 — 21.05.05
Galeria Zé dos Bois


O princípio desta instalação é a encenação de um fenómeno óptico: a aparição de cáusticas.
Uma cáustica, formada por padrões e formas, é um lugar de intersecções entre os raios luminosos reflectidos ou refractados.
Os seus efeitos de convergência criam impactos de luz concentrada, de qualidade muito densa, brilhante e acentuada.

Observar a instabilidade da luz
Partindo da imagem de uma página em branco, o projecto expõe manchas de luz em movimento.
Estas manchas formam uma série de rectângulos de luz branca e móvel, alinhadas em superfícies murais e no tecto. Cada rectângulo é constituído por uma projecção bidimensional, um limite desenhado ou incerto, que se deforma para deixar aparecer à superfície do muro a ilusão de volumes fugazes que se impõem ao olhar e posteriormente desaparecem.
Em movimentos ondulantes, estas formas animam-se segundo o seu próprio ritmo, escapam-se e deformam-se a velocidade variável, abandonando o seu estado estável ou congelando novamente.
O visitante está perante o espectáculo de um fenómeno luminoso em construção.

Descrição do dispositivo
A instalação compõe-se por uma série de tabuleiros rectangulares, dispostos ao nível do chão, alinhados e próximos de uma parede.
Cada tabuleiro dispõe de um espelho que cobre a totalidade da área, sendo por sua vez, coberto por uma quantidade de água ou outro líquido. O espelho tem por função reenviar sobre o muro um feixe de luz proveniente de um projector fixado no tecto.
Por reflexo, as imagens (rectângulos luminosos) formam-se sobre o muro.
A instabilidade do líquido contido nos tabuleiros desempenha um papel de elemento perturbador das imagens, gerando a sua animação.
Posto em movimento por diversos dispositivos mecânicos dispostos sob os tabuleiros, o líquido toma a importância de um filtro móvel.
De este modo, o feixe de luz – atravessando esta fraca espessura dinâmica – encontra-se modificado sem cessar.
Deste processo, projectadas no muro, mas também no tecto e no espaço à volta, resultam imagens luminosas animadas por uma ligeira vibração, ou imagens que se submetem a amplas deformações até perderem por completo os contornos iniciais.
Por osmose, poderão mesmo reencontrar-se fugindo dos seus próprios limites.

Caty Olive

Cathy Olive possui o diploma em cenografia pela Ecole Nationale des Arts Décoratifs de Paris e tem desenvolvido, dentro da arte contemporânea, na área da instalação de luz projectos como: « Portrait de Frans Poelstra » e « Structure multifonctions ».
Através de diferentes práticas, Cathy Olive explora as questões que lhe interessam particularmente sobre a luz: o seu brilho e a vibração, repartindo as suas actividades de desenho e concepção de luz por colaborações em projectos de criadores de diversas áreas:
– Dança: Marco Berrettini, Christophe Haleb, Martine Pisani, Myriam Gourfink, Emmanuelle Huynh, Claudia Triozzi, Christian Rizzo, em França, e Vera Mantero e Tiago Guedes, em Portugal;
– Arquitectura e exposições: Cartier international, Parc de la Villette, Château de Versailles, Espace Electra, Musée du Cinéma, Midi minuit, Musée de la mode ;
Moda: Cartier, De Beers, Rayon Vert/Hermès.

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