ZDB

Música
Concertos

Alex Zhang Hungtai, David Maranha, Gabriel Ferrandini ⟡ Jejuno

sáb11.03.1722:00
Galeria Zé dos Bois


Alex Zhang Hungtai, David Maranha, Gabriel Ferrandini

Com origem num convite da mítica Blue Note para uma prestação na Blogotheque, em que era escolhida uma figura tutelar ligada ao jazz, este trio de notáveis deixou-se inflamar pelo infinito John Coltrane para daí se apresentar destemida e ferozmente com uma sentida homenagem a um dos maiores de sempre. Materializando esse primeiro encontro em algo mais perene, alguns concertos esparsos e um álbum editado pela renascida Grain of Sound no ano passado – Âncora gravado ao vivo no Cafe OTO em Londres – a pirâmide formada por Alex Zhang Hungtai, David Maranha e Gabriel Ferrandini tem vindo a assumir uma existência cada vez mais viva e elevada, ainda e sempre com o espírito libertador de Coltrane em fundo mas já num novo patamar de revelação.

Partindo de um arsenal predominantemente percussivo, a que se juntam a languidez irascível do saxofone e da voz de Hungtai e o omnipresente órgão de Maranha, assumem o ritmo e a textura enquanto elemento fulcral e anímico para um som imenso e em elevação constante, capaz de canalizar os fantasmas da Arkestra do Sun Ra ou da Celestrial Communion Orchestra através dos ensinamentos físicos da No Wave numa comunhão quase ritualista de ritmos circulares, mantras e gritos de guerra solenes. Após rodagem intensa na obscuridade da sala de ensaios chegam à ZDB na recta final de uma gloriosa tour europeia e num pico de actividade e entrega particularmente fulgurante para estes três. BS

voz, saxofone, percussão Alex Zhang Hungtai órgão, percussão David Maranha bateria, percussão Gabriel Ferrandini

Jejuno

É já uma entidade absolutamente essencial no que de mais estelar e milagroso se tem feito por cá no último ano. Felizmente têm sido várias as oportunidades de acompanhar o percurso de Sara Rafael, por Lisboa e não só, onde cada apresentação se assume como momento realmente único e indefinível. As capacidades de evocar, catapultar e implodir convergem numa força maior, dificilmente imaginada a partir de um set composto por teclado e apenas alguns pedais. Energia bruta, caos e beleza. No fundo, coisas difíceis de expressar, mas que aqui se libertam como se nada de mais espontâneo fosse. NA

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