A elegância bucólica, iluminada pela lua cheia, é uma dos muitos postais que Anna St. Louis reúne no álbum estreia If Only There Was a River. Antes disso, já tinha surgido uma edição mais tímida, em formato de cassete, em que o poder das imagens e das estórias se fazia notar, numa atmosfera levemente psicadélica. Mais sépia do que multicolor, paira um feeling de viagem pela estrada fora – assim mesmo cinemático e só possível de acontecer numa América profunda. Foi porém na metrópole de Los Angeles, já longe dos búfalos, planícies e tornados, que Anna St. Louis se cruzou com a trupe da Woodsist, conhecendo e colaborando com gente como Kevin Morby (que assumiu o papel de co-produtor), King Tuff ou Pavo Pavo. Um alinhamento astral perfeito, extremamente prolífero e expandindo uma grande família de novos intérpretes folk, já indispensáveis nos dias de hoje.
A qualidade dos arranjos nas suas canções revelam um sentido apurado aos detalhes. Dos teclados à percussão, nada ofusca a combinação inteligente entre a sua guitarra e voz. Atribui sim relevo e espaço para que esse combo maior se faça sobressair e assim alojar confortavelmente nas nossas cabeças. Para melhorar o quadro, juntem-se as vozes de fundo ou as restantes cordas e temos diante de nós uma pequena orquestra que poderia muito bem ingressar num “Paris, Texas”. NA