Na passagem para o século XIX, um teatro escuro poderia ter sido chamado de “wagneriano”, referenciando o compositor alemão Richard Wagner. Foi para criar uma maior atenção ao que se passava em cena perante os olhos do espectador que Wagner escureceu a plateia, através dos avanços eléctricos nas luzes para teatro, evitando assim que o libreto da ópera fosse lido e consultado durante a récita. Esta escuridão permitiu uma maior imersão do público no espectáculo e a exploração de efeitos ópticos e ilusões que deram origem ao teatro negro, que explorava o desaparecimento de corpos e objectos sobre um fundo negro que enganava o olhar. Antes disso, o teatro era um espaço para ver e ser visto, dois objetivos que muitas vezes estavam em conflito. Em APAGÃO queremos não só retirar a luz da plateia – como fez Wagner – mas também a do palco que tradicionalmente se ilumina perante o espectador.
Apagão
— David Marques & Tiago Cadete
Em parceria com o festival Temps D’Images
Entrada
estudantes em grupo 5€