ZDB

Artes Performativas
Performance

ASPHALT

— programa de Dinis Machado

sex17.11.2319:30
sáb18.11.2319:30
sáb18.11.2322:00
ZDB 8 Marvila — Praça David Leandro da Silva 2, 1950-131 Lisboa


ASPHALT series CNIDARIEL ©Evelina Eliasson
Yet Familiar
Slim Soledad
CNIDARIEL ©Lamia Karic
Luan Okun
Mia Meneses ©Tânia Araújo
Progressive genitalia

17 NOVEMBRO 19:30
CNIDARIEL – CNIDARIEL (Música/Performance)
Luan Okun – C0rp0Lento (Performance)
Mia Meneses – Bloco 11 (Performance)

18 NOVEMBRO 19:30
Progressive Genitalia – Progressive Genitalia (Performance/Drag)
Shirley Harthey Ubilla – Yet Familiar (Dança)
Gareth Cutter and Gemma Nash – The Quips (Música/Vídeo/Rádio/Activismo)

18 NOVEMBRO 22:00
Progressive Genitalia – Reimagining Intimacy (Performance)
Slim Soledad (DJ set)

Deslocando-se de entendimentos e formulações binárias, as ASPHALT Series articulam um programa de artistas que habitam espaços intesticiais entre identidades, mas também entre teatralidades, géneros, técnicas, narrativas e dispositivos. Um grupo de artistas com identidades e práticas emaranhadas onde aglomerados de fragmentos de materialidades, ficções, densidades e desejos tecem políticas, sensações e ficções dissidentes fundidas em performatividades incógnitas.

ASPHALT é um contexto que articula género como entendimentos e formulações variáveis atravessados por fluxos migratórios, experiências de classe, backgrounds culturais, olhares e experiências racializantes e projecções de deficiência. Reunindo um grupo de artistas que se articulam a si própries e às suas práticas queer de formas diversas que reflectem os seus percursos de vida e contextos de produção, o programa procura desobjectualizar a corpa queer fragmentando-a numa multiplicidade de possibilidades e proposições.

CNIDARIEL

CNIDARIEL existe num mundo sonoro e visual distorcido que explora o excesso, a alienação, a vulnerabilidade e o corpo. CNIDARIEL é um projeto musical/performance audiovisual baseado em Estocolmo que combina lirismo em sueco com paisagens sonoras sombrias e influências da pop, folclore, cultura club e dramaturgia ritualística/orquestral.

Em setembro de 2022, foi lançado o seu segundo EP Fantasy Bonding, após o álbum de estreia Köttets Väg em 2020. CNIDARIEL é o que é tocado no interior da tua cabeça ao luar durante a tua melhor noite de febre. Esta atuação foi anteriormente apresentada no Festival Norberg, na Suécia, no verão de 2023.

C0rp0Lento

C0rp0Lento
Performance por Luan Okun e Hêlo Santiago
Pesquisa: Luan Okun
Referência de dramaturgia: Mateus Aleluia

Corpolento adj.
1. Excessivamente gordo, Obeso ou adiposo.
2. Possuidor de dimensões avantajadas, volumoso.
Lento adj. 1. Que revela falta de rapidez ou de agilidade, vagaroso, arrastado.
2. Não tem pressa
3. Que prolonga o tempo
Conjurar não só com a definição, mas com as diversas possibilidades que podemos criar para narrar nossa própria trajetória.
A lentidão, o desacelerar, o descanso de corpas que estão sempre a correr pelas demandas coloniais torna-se arma mortífera a colonização que ainda tenta aprisionar nossas subjectividades.
Nesse processo, trabalharemos com movimentação lenta afim de instigar o olhar minucioso do espectador.
Trazendo o elemento terra como metáfora, para-a compreensão da necessidade de se silenciar para escutar os movimentos, danças, raízes e vidas que correm por debaixo da terra.

Bloco 11

Dramaturgia – Mia Meneses
Direcção – Mia Meneses e Susana M. G. Silvério
Performance – Mia Meneses e Mariana Freire
Desenho de som – Afonso Albuquerque

O corpo não reflecte a pessoa que o habita.
Despojados das camadas que nos tornam pessoas, tudo o que nos resta é a dança. A dança liberta-nos da nossa condição. O movimento é liberdade.
Este trabalho é sobre o corpo. Sobre o que é ser um corpo marginalizado. Um manifesto que recusa a hierarquização da deficiência e a visão do corpo que dança.
A liberdade é uma urgência. Tentar libertar o corpo através da dança. Usar a frustração do movimento preso para o tornar fluido.
A fragilidade de um corpo pode ser, ao mesmo tempo, o que há de mais poderoso e forte nele. A condenação do corpo é sempre feita pelo olhar dos outros. O desejo de liberdade é maior que o medo da morte.

Progressive Genitalia

Progressive Genitalia é um espetáculo de ficção científica, um espetáculo tipo infomercial onde o Prof. Rory apresenta um método de 3 passos para desenhar e fazer crescer os órgãos genitais com que sonhamos por meio da biotecnologia.

Yet Familiar

”If I want to mix a glass of sugar and water, I must, willy-nilly, wait until the sugar melts.”
(Bergson 1911: 10)

Listening to Drake rapping that he’s a dyke too. Or remembering that very special lick in that very special place. Or the sweet smell of sopaipillas pasadas. Pleasure is a feeling of satisfaction and enjoyment derived from what is to one’s liking.

Em Yet Familia(r), uma distorção lúdica e frágil tem lugar na fronteira entre sujeito/objeto (abjeto).Baseado na ficção e no jogo, um mundo imaginário onde o lúdico e as escolhas divertidas estão no centro das atenções e da questão:
Como posso ser o corpo que imagino ser no mundo dos meus sonhos?

Yet Familia(r) é uma peça de peças que consiste em fragmentos de memórias-pensamentos-experiências (ir)reais – uma paisagem futurista latino-americana espacial que permite o despertar de um corpo passado-presente-futuro.

Fragmentário e fugaz
Divertido e esquisito
Eles são estranhos, mas familiares

Coreografia: Shirley Harthey Ubilla
Ideia e conceito: Shirley Harthey Ubilla & Hanna Kisch
Figurinos: Hanna Kisch & Nina Johansson
Cenografia: Hanna Kisch & Juli Apponen
Música e desenho de som: Maya Lourenço
Desenho de luz: Angela X
Produção: Sara Bergsmark
Processo artístico em diálogo com: Rolf “Butcherqueen” Backman & Cajsa Godée
Co-produzido por: MDT & Dansens hus (Sthlm)
Apoios: The Swedish Arts Grants Committee, Swedish Arts Council & Stockholm Stad
Esta apresentação é possível graças ao projeto Life Long Burning, Towards a sustainable Eco-System for Contemporary Dance in Europe (2018-2022) apoiado pelo programa Europa Criativa da União Europeia.

Reimagining intimacy

Reimagining intimacy
Uma performance de Progressive Genitalia
Com Mille Bostedt & Elysia Goodridge-Dyson
Created in collaboration with Lesbisk Makt.

Uma performance de Progressive Genitalia que imagina o futuro da intimidade. Dois corpos modificados interagindo de maneiras que desafiam a nossa conceção de sexo. Através das 4 fases da intimidade, esses dois transhumanos unem-se para questionar como os corpos interagem os corpos e como se dão prazer, tanto através da proximidade física como emocional. Nesta performance futurista, Mille Bostedt & Elysia Goodridge-Dyson interagem com exoesqueletos de silicone e utilizam movimento para explorar uma nova e corajosa forma de conexão.

The Quips

The Quips
Um projeto de Gemma Nash e Gareth Cutter

The Quips é um projeto de investigação e performance sobre a relação da rádio com a deficiência e a história de rebelião e ativismo da rádio pirata, que culminou com uma emissão de rádio ao vivo e documentação em vídeo, realizada por CUTTER // NASH.

Quando a Covid-19 chegou, as nossas interacções – com a cultura e umes com es outres – eram remotas e online. Agora, quando a sociedade começa a “reabrir”, as pessoas com deficiência e as pessoas clinicamente vulneráveis correm o risco de serem novamente excluídas.

Nesta paisagem de apoio e ligação cada vez menores, The Quips reivindica espaço criativo para as vozes das pessoas com deficiência – o seu humor, rebeldia, sexualidade – e amplifica-as. Inspiramo-nos em estações de rádio como o programa de rádio francês de 1947 “La Tribune de l’Invalide”, onde activistas da deficiência falaram sobre a negligência das pessoas com deficiência, e “Gaywaves”, o primeiro programa de rádio britânico dirigido por e para homens homossexuais na década de 1980, a era da Secção 28.

Slim Soledad

Slim Soledad multi-artista, nascida em Guarulhos – São Paulo/BR, co-fundadora do coletivo queer Chernobyl, reside atualmente em Paris. O seu corpo movimenta-se através de diferentes sons intercalando ritmos como Baile Funk, Vogue e danças contemporâneas. Estas ligações desenvolvem nuances no processo criativo do seu corpo enquanto performer e na sua produção musical.

“Eu acho que desde muito pequena eu tenho uma relação com a arte, quer dizer, com a música e com a dança principalmente. Acho que foram coisas que marcaram a minha infância e o que sou hoje, lembro-me que os meus pais sempre ouviram música e íamos sempre uma vez por mês a casa dos meus tios onde havia festas e às vezes havia um “campeonato de dança” entre os adultos e toda a gente se divertia muito.”

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