ZDB

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ATOL Deuses Inúteis

— Programação Paralela

28.11 — 30.09.12

Exposição patente até 30 de Setembro
Quarta a sexta das 18h às 23h, Sábados das 15h às 23h – Galeria Zé dos Bois

Para assinalar o encerramento da exposição ATOL Deuses Inúteis de Gonçalo Pena, a ZDB propõe uma visita guiada com o artista e com o curador e, em colaboração com a TERRATREME, a exibição do documentário Atelier de Susana Nascimento, sobre o espaço de trabalho do pintor Gonçalo Pena, seguida de uma conversa entre José Manuel Costa e Nuno Faria sobre o filme de arte como género a problematizar.

Sexta, dia 28 às 19h

Visita Guiada à exposição

Com Gonçalo Pena e Natxo Checa

Domingo, dia 30 às 17h

ATELIER

Projecção de um filme de Susana Nascimento Duarte, com Gonçalo Pena

Seguida de conversa com José Manuel Costa e Nuno Faria

O atelier do pintor Gonçalo Pena confunde-se com o seu trabalho, revelando uma ocupação do espaço que se reparte entre os momentos solitários e silenciosos dedicados à pintura e os momentos partilhados dedicados às conversas com os que o visitam.

O filme de arte – representações do artista e da obra pictórica no Cinema

Conversa com José Manuel Costa e Nuno Faria

A projecção de Atelier, de Susana Nascimento Duarte, no contexto da Exposição “Atol”, será o ponto de partida para uma conversa entre José Manuel Costa e José Luís Porfírio, em torno do filme de arte como género a problematizar.

O mote geral é a análise e questionamento da dramaturgia característica dos documentários de arte, que se define, em traços largos e na maioria dos casos, pela busca de uma síntese da obra (pictórica) através de um conjunto de procedimentos, muitos dos quais entretanto tornados convencionais, de desvelamento dos seus processos a partir do inquérito do percurso plástico e biográfico do artista.

No caso de Atelier, a motivação do filme não foi determinada por nenhuma forma prévia, inclusive a que poderia elaborar-se a partir dos exemplos tradicionais dos filmes de arte descrita acima. O filme nasceu, antes, do desejo de acompanhar os acontecimentos e ritmos de vida do atelier, através da exploração cinematográfica dos dados espaciais, paredes, janelas, objectos, quadros, figuras, cores, texturas, volumes, e das suas variações ao longo do tempo; a tentativa foi a de apreender este atelier em particular como o lugar de um movimento onde se revelam, sem comentário ou explicação, não só o pintor e a sua pintura, mas também uma temporalidade vivida onde se inscrevem diversos gestos e situações – a música que se põe, os amigos e conhecidos que entram no atelier para ver e conversar, as fotografias que se tiram para compor um diário de atelier, o telemóvel que regula o mundo à distância… Materiais, tintas, pincéis, a máquina fotográfica, os usos e acções que os envolvem, mas também todos o que passam no atelier, a presença quase constante da música, livros de imagens, fontes de inspiração ou modelos para as composições nos quadros, os diferentes tamanhos e disposições variadas das telas, as formas figurativas que deixam adivinhar, estruturam o espaço dando-lhe uma identidade que prolonga ou reflecte as preocupações evidenciadas na pintura de Gonçalo Pena. Por outro lado, a própria arquitectura, entre o vivido e o abandonado, parece convocar e exigir o reportório e tipologia de imagens que se liberta das pinturas, realçando uma peculiar adequação à sua exposição.

O visionamento de Atelier surge, assim, como pretexto para desafiar os dois convidados a reflectirem sobre as categorias históricas de “autor/criador” e “obra” na definição dos contornos das representações cinematográficas sobre um dado trabalho artístico; a discutirem opções de tradução cinematográfica da obra pictórica, nomeadamente como reconstituição do discurso latente do artista, procura das suas intenções, quer por intermédio da sua transcrição em palavras, quer através da sua transcrição na matéria da pintura, linhas, cores, superfícies; a ponderarem a possibilidade do cinema como meio, justamente, de desligar a aproximação à obra de um artista dessas mesmas unidades de sentido, “artista” e “obra”; a sugerirem filmes que retratem uma cumplicidade entre cinema e pintura, por exemplo, desprendida da centralidade daquelas unidades discursivas.

Susana Nascimento Duarte

Notas Biográficas

Nuno Faria – Curador Independente

José Manuel Costa – Subdirector da Cinemateca Portuguesa e Professor de Documentário na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas.

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