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Big Brave ⟡ Fågelle

seg16.05.2222:00
Galeria Zé dos Bois


© Mathieu Ball
Fågelle

Big Brave

A música num estado volumoso e amplificado como locomotiva para um espaço de tensão constante. Os canadianos Big Brave integram uma cúpula de nomes ímpares no cenário da música experimental contemporânea, apesar das percepções recorrentes ao experimentalismo ruidoso ou até as divagações mais extremas e cruas das paisagens negras do doom. Desde Feral Verdure, disco de estreia editado em 2014, que os Big Brave criam um amplo espaço atmosférico balançado por uma intensidade eléctrica corpulenta, mas também por tempos de serenidade e quase ausência sonora.

A Gaze Among Them não é uma mudança de paradigma no percurso da banda, apesar de a produção ter contado com elementos preciosos para aprofundar as camadas ambientais anexadas aos riffs duros em contraste com as entoações suaves de Robin Wattie. Existe no recente álbum um certo regresso aos pilares originais do conceito Big Brave: espaço, tensão, minimalismo e voz. Uma leve revisitação do trio (Mathieu Ball, guitarra, Robin Wattie, guitarra e voz, Loel Campbell, bateria) às intenções sónicas do passado, com a colaboração de músicos de sessão fundamentais como Thierry Amar (GY!BE, Thee Silver Mt Zion) no contrabaixo e Seth Manchester nos sintetizadores. Apesar da sonoridade arrojada, talvez ousada, dotada de conotações sludge ou doom metal, os Big Brave voltam com um disco encorpado, mas de elegância minimal e acima de tudo catártico. Uma estreia que promete fazer estremecer o palco do aquário, naquela que será, certamente, uma das actuações a não perder em 2022, na ZDB. JH

Fågelle

Na música de Fågelle, camadas de ruído cruzam-se com melodias pop numa exploração rítimica a partir do uso de pedais, sintetizadores e samplers. Mergulho sonoro que faz da experimentação palco primordial com recurso a gravações que vão do campo ao metro de Moscovo, passando por guitarras ruidosas e sintetizadores atormentados, até encontrar uma canção à qual se renda, entre a arte sonora e a pop.
Em colaboração assídua com o produtor Henryk Lipp (Anna von Hausswolff, Blue for Two, Union Carbide), as ideias crescem a partir de pequenos fragmentos de texto até ao soar das maiores tempestades. Melodia ruidosa sobre o nosso tempo, com a língua sueca a versar sobre poder e impotência – “um murro suave no rosto” tem sido descrita.

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