Symphonie diagonale
Viking Eggeling, 1924
Digital, b&aw, sil., 3min30
“A partir de um ‘corpo de origem’, uma fileira de linhas finas alinha-se, alonga-se, enrola-se, fundindo-se inicialmente umas nas outras, para logo se afastarem. As suas modalidades de relação não são jogos de fantasia, mas são pautados por um ritmo matemático. (…). A delicadeza da composição é assegurada pelo jogo subtil de pequenos grupos de linhas [organizadas em] movimentos melódicos que se transformam em grandes formas, ricas em detalhes, evoluindo ritmicamente.”
– Rudolf Kurtz
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Free Radicals
Len Lye, 1958-79
16mm, b&w, sound (optic), 4min30
“Ver as imagens deste filme agitar-se e precipitar-se ao ritmo da música assumiu o lugar da dança e proporcionou-me, pelo menos vicariamente, uma experiência de emoção estética ao nível sensorial.”
– Len Lye
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The very eye of night
Maya Deren, 1958
16mm, b&w, sound (optic), 15min
“Trata-se de um ballet da noite, visto inteiramente em negativo, no qual os dançarinos são como constelações que orbitam continuamente no céu noturno.”
– Maya Deren
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Pas de deux
Norman McLaren, 1968
16mm, b&w, sound (optic), 13min20
“Com Pas de deux, McLaren já tinha obtido uma imagem da dança inigualável na sua categoria. O gosto pela análise e pela síntese do movimento (tendo como modelo as cronofotografias de Marey e Muybridge), a utilização melódica e harmoniosa das linhas, e a reinvenção da realidade por intermédio do dispositivo cinematográfico são aqui levados ao auge.”
– Dick Tomasovic
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46 bis
Pascal Baes, 1988
16mm, b&w, sound (optic), 4min
“A indissociabilidade do ‘deslizar gracioso’ e das ‘rupturas compassadas’ que ritmam as atitudes das personagens fantasmagóricas dos filmes de Pascal Baes não só desestrutura as posturas convencionais da vida quotidiana como transforma a dança num novo tipo de movimento.”
– Claudine Eizykman
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Lights
Marie Menken, 1964-66
Digital, color, silent, 6min50
“Não há nenhuma razão de ser para os meus filmes. Simplesmente gostava do som crepitante da câmara e, como para mim se tratava de um prolongamento da pintura, experimentei e adorei. Nunca me satisfiz com a imobilidade convencional da pintura, sempre procurei o que é que aconteceria se mudasse constantemente a fonte de luz e a posição.”
– Marie Menken
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Breakaway
Bruce Conner, 1966
Digital, b&w, sound, 5min
“A dança em Breakaway funciona como um ritual de transe: como anuncia a letra da canção, Toni Basil está à beira da rutura, quer soltar-se das ‘amarras’ da vida quotidiana, mas para isso tem de se desfazer da materialidade do seu corpo; e Bruce Conner pode ajudá-la a libertar-se, porque ele sabe que no cinema todos os corpos reais são transformados em imagens virtuais, e todas as imagens estão inevitavelmente condenadas a desaparecer.”
– Bárbara Janicas