Expoente máximo da vanguarda nacional, David Maranha faz parte de uma casta de músicos que tem vindo, longe do epicentro mediático, a transformar a criação musical por cá. Pioneiro nas linguagens sonoras livres, fez dos Osso Exótico uma das primeiras formações portuguesas a merecer destaque internacional – ainda que num circuito restrito. Valor histórico a que se junta a singularidade da sua obra a solo e a multiplicidade de aparições, colaborações e projectos que mantêm (cruzando gerações de músicos e admiradores).
O ano passado, David Maranha reuniu, por uma só noite, uma banda notável para interpretar ‘Marches of the New World’. Quem passou pelo Aquário não esquece o petardo sonoro que, literalmente, varreu a sala; camada após camada, o sexteto percorreu uma contínua e abrasiva composição sonora, edificando um drone capaz de arrasar os mais empedernidos dos humanos. Nesta noite, David Maranha volta a reunir-se de alguns dos mais vitais representantes da música nacional – José Miguel Rodrigues e Raphael Soares (nas baterias), Helena Espvall (baixo eléctrico), Riccardo Dillon Wanke, Derek Moench (nos orgãos)