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Música
Concertos

Domenico Lancelotti ⟡ Ricardo Dias Gomes

qua10.04.2422:00
Galeria Zé dos Bois


Encontrar o presente na tradição – e vice-versa – é uma das grandes glórias de “sramba.”, último álbum de Domenico Lancellotti, editado na londrina – e muito atenta – Mais Um no ano passado e gravado no seu estúdio em Lisboa, com Ricardo Dias Gomes. Ambos os músicos têm estado na linha da frente de uma certa reinvenção da música brasileira nas últimas duas décadas e picos, seja Lancellotti enquanto membro dos +2 ou o trabalho de Dias Gomes com Caetano Veloso. A carreira a solo de ambos tem consolidado essa visão, não tanto de trazer uma ideia de século XXI a partir das raízes do samba, mas de incorporar essas raízes na ideia de música presente, viva, que mexe e que se mexe. Não dança sobre cadáveres. É fresco.

Talvez isso tudo aconteça pela ideia transversal ao samba = música para dançar, ou seja, há uma natureza de frescura nisso. Mas se fosse isso não soava a tantas dimensões, a tantas vidas. O som de “sramba.” além de novo, renova, encontra caminhos inesperados. Os sintetizadores de Ricardo Dias Gomes ajudam, seja pela forma como sabe conter a emoção, ou como, por vezes, cria dúvidas sobre o que veio primeiro, o krautrock ou o samba? (é uma pergunta que nem se devia fazer). Tudo soa natural, flui como tal, e a voz de Domenico acompanha esta ideia de música onde está qualquer coisa prestes a acontecer. Embalamos na ideia, entre ritmos que celebram samba, jazz ou aquecem os motores de um som alemão maquinal que ficou por acontecer, até agora. Essa é a invenção de Lancellotti e Dias Gomes, maquinal tropical, numa rara noite em que os dois estão a tocar juntos. É para srambar. AS

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