ZDB

Música
Concertos

Eiko Ishibashi ⟡ Rafael Toral ⟡ Riki Hidaka

sex18.11.2222:00
Galeria Zé dos Bois


Eiko Ishibashi
Rafael Toral
Riki Hidaka

Bela triangulação luso-nipónica que carrega em cada um dos seus vértices todo um ofício e saber tão amplos quanto distintos mas igualmente abertos a um espaço de partilha comunal. De entendimento sensível e minucioso, como o são as suas respectivas obras.

Eiko Ishibashi e Riki Hidaka têm já uma longa cumplicidade, amealhando anos de prática constante na banda de Ishibashi – que visitou a ZDB faz uns anos – e na banda de Jim O’Rourke, daí nascendo uma outra triangulação que deu origem a ‘Okioishi’, álbum colaborativo com edição pela Stereo Records no ano transacto e onde a guitarra de Hidaka vai ao encontro da flauta e do piano de Ishibashi e do sintetizador de O’Rourke para daí erigirem duas longas peças de contemplação sinuosa e lânguida. Longe do recorte clássico das canções ‘Simple Songs’ ou ‘Car and Freezer’, mas igualmente vital para a compreensão ampla que ambos os artistas têm da música e do som, igualmente valiosa por entre os domínios da experimentação, da canção, da sound art ou da instalação. Em domínio próprio e em tempos mais recentes, Ishibashi recolheu rasgados elogios à sua banda sonora para o premiado ‘Drive My Car’ e lançou pela Black Truffle aquele que será provavelmente o primeiro álbum feito em homenagem a uma personagem de Law & Order – ‘For McCoy’ e é estupendo – enquanto Hidaka lançou música gravada para exposição ‘A Calendar for Painters Without Time Sense. 12/12’ de Toru Kuwakubo. Viver música.

Deste lado temos Rafael Toral, músico sobre o qual não corremos risco de hipérbole quando o consideramos um dos músicos mais importantes para o avanço e descoberta de novas formas nascidos por cá – do rock enviesado dos Pop Dell’Arte, passando pelo ambientalismo dos seminais ‘Violence of Discovery and Calm of Acceptance’ e ‘Wave Field’ e electrónica nos No Noise Reduction e várias encarnações a solo do seu Space Program. Artista com um passado superlativo nas músicas mais fora mas com um presente e potencial futuro igualmente sagaz e pioneiro, que ao longo da última década e meia tem sido particularmente informado pelo jazz, atestado em concordância absoluta com o seu Space Quartet, mas tem descoberto a um nível profundo a sua própria linguagem e expressão. Acto contínuo que o leva a uma pesquisa incessante com nova etapa em ‘Moon Field’ de 2017, disco-portal para um outro universo. Sempre em expansão. BS

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