Não há método algum para fazer boa música – e esse ritmo cabe apenas a cada um. Eleanor e o seu irmão Matthew já nos explicaram por diversas vezes que as ideias, quando esvoaçam em bando, são para agarrar todas. E para quê deixar o rio correr quando podemos apanhar as pepitas? E muito respeito pela sua energia, urgência, fulgor ao longo destes anos, em discos e remisturas e versões e, meu deus, concertos estonteantes em contra-relógio. Desde há uns anos que percebemos que Fiery Furnaces começava por ser um país demasiado pequeno para ambos os irmãos – há que lembrar que para este ano, Matthew Friedberger prometeu oito álbuns! Com o projecto familiar em pausa (assim supomos), Eleanor lança a sua estreia a solo, sem ajuda do irmão, com banda nova, e com um álbum de canções que não repete arranjos nem ideias, e ainda nos dá um punhado de valentes canções-single – “Roosevelt Island” ou “Owl’s Head Park” vestem-se de gala, por exemplo. Durante algum tempo pensámos que grande parte da ambição dos Fiery Furnaces vinha de Matthew Friedberger (e, de certo modo, vem), mas Eleanor prova com “Last Summer” que é mais do que a óptima voz e a cara bonita do grupo. Óptimo álbum, para fãs e não fãs de Fiery Furnaces.” Flur