Acordei de pé e deixei-me ficar firme, a sentir a vida quieta.
No sonho, caminhava para trás quando senti que cresciam asas nas costas. Eram galhos que rebentavam da espinal medula. Ao caminhar de costas, o futuro estava atrás, o passado em frente do corpo, amplo e visível, o presente mais tronco, mais árvore.
A certa altura, como se uma tempestade chegasse, os galhos começaram a sacudir deixando o corpo respirar sofregamente. Era como se os galhos quisessem despir este corpo de forma a fazê-lo pulsar na sua própria matéria. O sacudir transformou-se em saltos e aí esses galhos-asas desafiavam o peso. A cada salto, maior a suspensão, maior a leveza e assim, o corpo implodia a celebrar o novo sentido que tinha encontrado.