
Evidências Suficientes para a Não Coerência do Mundo

“Culture is the essential tool for making other”
“(…) the concept of culture operates much like its predecessor – race – even though in its twentieth-century form it has some important political advantages.”
Leila Abu-Lughod in Stop Writing Against Culture
.
Este trabalho apresenta um desaparecimento brusco de várias evidências, revela incoerências enquanto paradoxos, questionando-se sobre se as coisas produzem sentidos ou se produzimos sentidos a partir das coisas. Reflecte sobre contextos e os seus artifícios de fabricação e transfiguração. Um contexto é por si só um enquadramento, um quadro, uma construção cultural. Ao fazer-se arqueologia com pessoas, estas são retiradas dos seus lugares, de lá, de onde estavam, e apresentadas num outro lugar – descontextualizadas e recontextualizadas. Descrevemos um contexto, imaginamo-lo. Descrevemos alguém, construímos alguém. Evidências Suficientes para a Não Coerência do Mundo serve-se de várias histórias: do corpo e de seus monstros, da pintura retratista, do traje, do uso de cenários frente aos quais as pessoas se deixavam, em tempos, capturar, e da construção de relações sociais de poder, entre outras. É proposta uma narrativa coreográfica, não cronológica, de carácter ficcional com contornos documentais.
.
Colocou-se, então, a seguinte questão: “Se uma pessoa nunca se mexer e tudo mudar à sua volta será que ela mudou?"