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Filmmaker ⟡ Kara Konchar ⟡ Meibi

sex17.03.2322:00
Galeria Zé dos Bois


Filmmaker ©Daniel Castro
Kara Konchar
Meibi

Filmmaker

A longa herança musical de Medellín, na Colômbia, historicamente disseminou-se um pouco por toda a América Latina e não só. Ainda hoje, a cidade é uma espécie de epicentro global de sons urbanos. Neste cenário fervilhante, Faunes Efe é um dos produtores da casa cuja percurso em redor das suas visões distópicas tem tido reconhecimento além fronteiras. Tendo gravado pela prestigiada Opal Tapes, enquanto Filmmaker opera no espectro da techno mais radiactiva. A alma berlinense é sentida, tal como o imaginário sci-fi através de símbolos melódicos e sequenciadores manipulados e levados ao cosmos. Mais lua que sol, as peças quase-ritualistas do dj e produtor colombiano movem-se pelo enigma e pela ascensão, reservando espaço para uma expressão muito próxima dos meandros do pós-punk. Com uma discografia já extensa e diversificada, o último Fictional Portraits parece capturar os tons e sombras destes tempos complexos e ainda, aparentemente, indefiníveis. NA

Kara Konchar

Quando em 2019 se escutou Dungeon Rave, pela primeira vez, saltou desde logo um espírito desolador, eventualmente escapista. Eletrónica de madrugada densa, carregada de histórias esotéricas, Kara Konchar demonstrou mestria no tratamento destas paisagens rarefeitas e de tantas atmosferas fumegantes. No selo da Rotten Fresh, Goth Partisan abriu novas brechas neste terreno amplamente techno através de fusões ainda mais ousadas e a assumir faces e formas já fora deste mundo. Um disco hipnotizante em todos os seus cantos e recantos. Nos últimos Estige e Karadeniz as máquinas distanciam-se e dissolvem-se em memórias distantes para dar lugar a composições mais dotadas de luz, espaço e melodia. É assim o novo capítulo de um caminho outrora promissor – e agora simplesmente revelador. NA

Meibi

Artista a residir em Lisboa faz algum tempo para cá, deixou magia quando o ano passado se apresentou com NO UFOs no espaço do Planetas Manas. A toada acid envolve os sets pouco convencionais de Meibi, numa clara noção de arquitectura sonora complexa e devedora das melhores referências da velha escola de Detroit. Viagens fragmentadas por uma electrónica sem medo do escuro, sabendo nele penetrar e irradiar brilho onde menos se espera. Estas abordagens e resoluções criativas conferem a cada atuação uma identidade muito única. Existe algo de emancipatório, repleto de iminência e concepção, nesta música visceral de vistas largas. Tudo coordenadas essenciais e a manter sob radar. NA

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