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Música
Concertos

Fred Lonberg-Holm & Simon Camatta

— convidam Miguel Mira e Helena Espvall

ter13.11.1822:00
Galeria Zé dos Bois


Presença bem regular no Aquário com toda a propriedade para isso, Fred Lonberg-Holm regressa a este espaço após visita em duo com Ken Vandermark e encontro transatlântico com Rodrigo Amado, Gabriel Ferrandini e Luís Lopes. Mestre absoluto na exploração do violoncelo para fora dos seus cânones mais tacanhos, aplicados nos contextos mais fora, sejam eles em derivação do jazz, da contínua redefinição rock ou na composição mais avant, Fred Lonberg-Holm faz da inquietude um estado para a redescoberta, a liberdade. Num trajecto demasiado expansivo para poder ser aqui deixado sem enfado, espraia-se por entre várias linguagens com verdadeiro domínio, saber e bravura, seja no Peter Brötzmann Tentet, trio de Joe Mchpee, Flying Luttenbachers ou Wilco. Improvisador dotado que se encontra aqui com o baterista Simon Camatta, músico ascendente nascido na Alemanha, que vem já há alguns anos a palmilhar um caminho bem fascinante na bateria, evocando várias escolas – o jazz, a improvisação livre, a composição contemporânea ou o experimentalismo mais radical – numa invocação de expressionismo quase absoluto em diversas bandas e colaborações – Camatta Monk ou a Wuppertaler Improvisations Orchester. A minar as formas do bebop ou hard-bop através de extended techniques, detonações de pratos e lixo, vai do ribombar hipnótico ao rigor minimalista num mesmo ataque, numa espécie de eco com este seu comparsa norte-americano. Duo já com alguma actividade, lançou este ano o recomendável ‘Crazy Notions’, que apesar do título meio parvo revela que estas noções loucas têm aqui espaço de total pertinência e direcção. Na bela tradição jazz, o concerto será dividido em dois sets. O primeiro entregue ao duo e o segundo a acolher os violoncelos de Helena Espvall e Miguel Mira, também eles figuras bem idiossincráticas na sua abordagem ao instrumento, Espvall nas intersecções iluminadas entre a folk, o psicadelismo e o drone e Mira a olhar para o jazz em toda a sua panorâmica mais libertária e comunal. Portanto, um trio de violoncelos e percussão, que é coisa pouco vista por si só, pelas mãos e mentes de gente abençoada. BS

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