Trio excelso em contributo contínuo e expressivo para a posição francamente destacada e relevante da Noruega no panorama do jazz em encontro transatlântico com uma das mais activas personas da cena de Nova Iorque. Com uma actividade que remonta ao Verão de 2011, esta formação do trio liderado pelo saxofonista e clarinetista Frode Gjerstad em conluio com o contrabaixo de Jon Rune Strom e a bateria de Paal Nilssen-Love surge em continuidade com uma já muito longa cumplicidade entre Gjerstad e este último que vem do início da década de 90 na Circulasione Totale Orchestra e se tem multiplicado em inúmeros encontros e configurações. Já com diversos álbuns em carteira por editoras como a Ayler Records, a PNL ou Not Two, este triângulo free tem no contrabaixo de Strom – que visitou o Aquário no ano passado com a Northern Liberties de Rodrigo Amado – âncora para uma música tão impetuosa e espontânea quanto alinhada e consequente.
Consequência que tem no trombone de Steve Swell um acréscimo de valor precioso. Músico imparável que faz por continuar a tradição de um instrumento nem sempre devidamente respeitado na linha de mentores como Roswell Rudd e Grachan Moncour III, num compêndio enciclopédico de colaborações com virtualmente toda a gente de valor da música improvisada e do jazz norte-americano dos últimos 30 anos. Em quarteto e como é notório em ‘At Constellation’ de 2015, são unidas as pontas soltas entre a fire music americana e o rigor expansivo da escola norueguesa, num fluxo vertiginoso de explosões, groove esquivo e momentos de contenção. Um enredo afirmativo e em descoberta naquele espaço liminal onde o jazz ainda se reinventa.