Ninguém magoa como Brötzmann. Pela primeira vez na ZDB, o saxofonista e clarinetista alemão trazem o Lisboa os Full Blast, o trio que o junta ao baixista Marino Pliakas e ao baterista Michael Wertmüller. Nome maior do free jazz europeu, dono do timbre mais reconhecível do período pós-Ayler, Brötzmann nunca parou, não vai parar nunca. Dos primeiros álbuns (todos essenciais “For Adolphe Sax”, “Machine Gun” e “Nipples”) às gravações mais recentes (“Sketches & Ballads”, o último dos Full Blast, é barulho valente, pesadão), Brötzmann lança o caos, sopra o grito atravessado em grandes nervosismos incestuosos. Entre a técnica e algo maior que a técnica circula atonalidade feita tensão constante – perguntamo-nos o que é que está prestes a explodir dali para fora e não tem nome, só se sabe que é algo maior que a vida. MP