Passados já mais de três anos desde o lançamento de ‘II’ e quando os ecos deste se começam já a imiscuir com os ganchos das novas canções que têm revelado a público in loco, é naquele período de particular efervescência criativa e procura que recebemos novamente os Gala Drop logo a abrir 2018. Parte bem importante deste combo de importância mestra, que tem vindo a cada passo a laminar uma linguagem muito própria com o nervo e sentido de descoberta dos mais inquietos e a calma abençoada da reflexão, num processo contínuo com mais de uma década de boa onda e parcimónia.
Aquele tipo de bonança necessário para que a exploração em torno dessa sua linguagem seja um acto tão orgânico quanto o fluxo em que as suas canções se transfiguram num acerto simbiótico de tipologias que vão do dub ao krautrock, extrapolando a ideia da influência destes no techno de Detroit e passando por todo um legado de polirritmias postuladas em África e depois continuadas com igual paixão tanto na Nova Iorque de final dos 70’s como na Lisboa do agora. Harmonias tropicais, sintetizadores cósmicos, baixos mutantes a pulsar sobre ritmos em expansão e uma voz que conforta e se escapa, de uma das mais singulares bandas que vimos nascer por aqui.