Depois dos Cul de Sac, talvez a melhor banda dos anos 90 que quase ninguém teve o bom senso de ouvir, Glenn Jones tem vindo nos últimos anos a ensaiar uma dança primitiva na guitarra acústica, com a memória das seis cordas de John Fahey (com quem gravou o sublime “The Epiphany of Glenn Jones”) nas pontas dos dedos. As texturas melódicas de Jones, afundadas no mago da memória americana, emergem em palco puras e radiantes, ampliadas por um virtuosismo transversal ancorado nos blues (do Mississipi) e na folk (da Takoma Records, mais-que-influente editora criada por Fahey nos anos 50) , a par de outros exploradores acústicos como Steffen Basho-Junghans ou Sir Richard Bishop, um recuperador de tradições excepcional, com os olhos postos no que há-de vir. MP
