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Hetta ⟡ Hisou ⟡ Sonitus Missarum

sáb14.01.2322:00
Galeria Zé dos Bois


Hetta
Hisou
Sonitus Missarum

Hetta

Numa matiné, em Novembro de 2022, depois de um punhado de concertos por Espanha, os Hetta voltaram à sua terra, o Montijo, e partilharam o palco da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro com os conterrâneos Linger, com os Hisou e com os Putas Bêbadas. Isto interessa-nos porque o seu EP de estreia, Headlights (lançado em Maio de ‘22) foi gravado no estúdio da Cafetra, no Bairro Alto, por Leonardo Bindilatti e Miguel Abras (respectivamente, o baterista e o vocalista-baixista de Putas), e é nesse estúdio que o baixista de Hetta, Simão Simões, costuma ensaiar com a banda de Maria Reis (onde é também baixista) e com o Pedro Sousa nas suas colaborações exploratórias em duo. Além desta relação com o Bairro Alto, quando o festival Rescaldo os trouxe à ZDB, destacou uma “triangulação” dos Hetta com Nova Iorque e Tóquio, referindo-se à sua afiliação no pós-hardcore global, algo que, aliás, já vinha anunciado nos Nagasaki Skateboarding (2014-2017), banda que incluía o baterista e o guitarrista de Hetta, João Portalegre e João Pires. Segundo o festival A Colina de 2021, os Hetta conseguiram partir do math-rock, do screamo e de outros subgéneros “demasiado intelectualizados” para chegar a algo “puro e violento”: os constantes pára-arrancas e esfacelamentos corrosivos, aliados ao facto do vocalista, Alex Domingos, se aventurar insistentemente a entrar pelo público adentro, dá a sensação de que o perigo está iminente; na verdade, na última vez que tocaram na ZDB, assistimos ao mosh pit mais agressivo do Aquário pós-pandémico. AR

Hisou

Heróico, trágico, sinistro e patético… Em japonês existe um vocábulo que reúne todas estas qualidades simultaneamente, hisou, e quem carrega esse estandarte na dianteira é Alexandre Fernandes, rockeiro do Cacém cuja Fender Mustang, segundo um rumor no underground lisboeta, terá sido um dos factores responsáveis pela introdução de limitadores nas várias venues da capital. Do seu projecto a solo, Sun Blossoms, trouxe Alexandre Rendeiro (Alek Rein), que aqui se mantém no cargo de baixista, e dos Black Moss, projecto que formou com a secção rítmica dos Cave Story, sacou o baterista Ricardo “Caguincha” Mendes. Nos últimos meses, o trio gravou no Scratch Built o seu primeiro e ferocíssimo EP, actualmente a ser misturado pelo Gonçalo Formiga dos Cave Story e com lançamento previsto para 2023. AR

Sonitus Missarum

Conjunto “power noise” que conta com Pedro Melo Alves e João Valinho nas duas baterias, Gonçalo Almeida no baixo eléctrico e João Almeida no input mixer. Pedro Melo Alves (Catacombe, In Igma Ensemble, Luís Vicente Trio, Pedro Melo Alves’ Omniae Large Ensemble, etc.), baterista e compositor de destaque na cena musical vanguardista, tem sido uma presença assídua no Aquário ZDB através do seu ciclo Conundrum, uma série de concertos onde desafia vários músicos para uma actuação de improviso, em duo, sem qualquer planificação a priori. João Valinho (Diceros, Ensemble MIA, Free Pantone Trio, HYPER.OBJECT, etc.), baterista e percussionista vindo das artes plásticas, da filosofia e do black metal, sujeito incontornável na interdisciplinaridade contemporânea, conta com a sua participação em mais de vinte discos. Gonçalo Almeida (Lama trio, Albatre, Hydra Ensemble, Ritual Habitual, The Attic, Cement Shoes, Ikizukuri, etc.), baixista português residente em Roterdão e activamente envolvido na dinamização do jazz moderno, do freejazz e da música improvisada em geral. João Almeida (Garfo, HYPER.OBJECT, Peachfuzz, LUMP, etc.), jovem trompetista português reconhecido pelo seu desenvolvimento técnico e desenvoltura no meio da música improvisada e do jazz exploratório. Os quatro são Sonitus Missarum, uma incursão atribulada por paisagens sónico-gangrenosas onde se exaltam as qualidades fecundantes do noise. AR

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