Aparentemente antagónicos, a composição clássica e o techno partilham uma orgânica próxima que abre diversas possibilidades à coabitação. Neste sentido, editoras como a Touch ou a Rune Grammofon têm facultado um sem número de propostas, todas elas portadoras de um valor próprio. No caso de Holly Herndon, foi na igualmente recomendável RNVG Intl. (Julia Holter, Sun Araw ou Sensational Fix) que lançou o ano passado ‘Movement’, uma obra poderosa que aborda a linguagem electroacústica e a experimentação vocal de um modo unificador.
Herndon cresceu rodeada do ensinamento clássico em redor de instrumentos como o piano ou a guitarra, até que uma ida para Berlim mudou definitivamente a forma como começou a observar, a sentir e a criar música. O computador, até então alheio à sua criação sonora, tornou-se o epicentro do seu trabalho. Todo um mundo de absoluto enlace entre ruído, batida e output emocional presentes no processo.
Partilhando o palco com uma vasta e luxuosa tropa onde se incluem Chris & Cosey, Nguzunguzu, Andy Stott ou Ignatz, a jovem norte-americana chega à ZDB numa altura de enorme entusiasmo e curiosidade sobre os seus passos futuros. NA
