Documentário sobre o movimento artístico Homeostética, que surgiu em Lisboa no início dos anos 80, mas que permaneceu obscuro, senão mesmo desconhecido, até à sua eloquente exposição antológica, ocorrida em 2004 no Museu de Serralves. Constituído pelos artistas Fernando Brito, Ivo, Pedro Portugal, Pedro Proença, Manuel João Vieira e Xana, este movimento marcou de modo paradoxal a cena artística na ressaca da revolução de Abril. A produção Homeostética desenvolvida entre 1982 e 1986 envolveu uma intensa actividade que resultou em inúmeras exposições, textos, manifestos, fotografias, filmes, concertos dos Ena Pá 2000 e outras performances colectivas. Utilizando o humor como estratégia de demarcação crítica face ao sistema do emergente mercado das artes o movimento Homeostética manteve sempre uma posição marginal de fortes influências Dadaistas. Discretos nas suas realizações e desprezando olimpicamente a sua própria glorificação, os homeostéticos perderam em visibilidade externa o que vieram a ganhar em modo de existência. Para eles o sentido da vida encontrava-se na criação artística e a criação artística, por sua vez, permitia-lhes inventar novas possibilidades de vida. Manuel João Vieira surgiu na altura com um verso que passou a identificar o espírito do movimento: “É moderno. É desusado. É pandeireta. É pato assado.”
Ganhou o prémio menção especial no DocLisboa 2008