No ainda não muito longínquo ano de 2008, os Iceage surgem de gritos hardcore-punk bem vincados no coração da Escandinávia, na altura quatro adolescentes a emergir num panorama bastante popular. Os dinamarqueses afirmam-se logo como a vitalidade do punk com a estreia New Brigade, disco de corrente eléctrica, desmistificação de feedbacks e guitarras sangrentas. Uma década depois, Beyondless rompe com a urbanidade do som e aponta aos trilhos indiciados por Plowing Into Field of Love. Sem abandonar a rebelião punk, mas agora na elegância vestida dos Birthday Party ou Scott Walker e no tom teatral como apontam “Hurrah” ou o single “Catch It”, em que Elias Rønnenfelt aparece novamente como frontman decidido, deambulante na voz bêbeda e romântico nas palavras. É acima de tudo, um novo capítulo na vida dos Iceage, ao quarto disco surgem menos sónicos, mais maduros e com arranjos pouco convencionais, onde entram sopros, secções rítmicas lentas e a colaboração surpresa com Sky Ferreira na canção “Painkiller”.
Neste momento em estúdio, a preparar o próximo disco, os Iceage regressam a Lisboa para um concerto que pode incluir algumas surpresas no alinhamento, desta vez num palco que os ambicionava há algum tempo. JH