Que país é este que se baba perante a música dos The National e dos The Walkmen? Que país é este que ainda recebe, com reverência o chato do Neil Hannon? Que país é este que bate palmas aos Vampire Weekend? É um país em crise, mirrado, doente. E tem salvação? Ninguém sabe. Uma coisa é certa, pelo menos, durante uma noite, vai ter cura e chama-se Japanther. Melhor: JAPANTHER. JAPANTHER. Exultem, agradeçam aos deuses, a Obama, ao Medina Carreira, ao Sócrates, ao Assange, a quem quiserem. Os JAPANTHER (Ian Vanek e Matt Reilly) vão estar aqui. A banda que interessa, a banda que faz um gajo confiar ainda nessa gaja chamada música pop. Uma banda rock com canções de amor. Podia estar para aqui falar do importantíssimo currículo dos Japanther, do seu fabuloso pedigree e o caralho. A dizer, a quem não sabe: que nasceram no mesmo viveiro que os Black Dice, os Lightning Bolt, os Animal Collective, os Deerhoof e os Sightings. Que resistiram a modas. Que foram “roubados” pelos No Age, Sleigh Bells e Wavves. Que são amigos do Penny Rimbaud, dos Ninjasonik e de Dan Graham. Que já fizeram uma ópera e tocaram numa piscina. Não vale a pena. O que é preciso saber é isto: as canção todas boas, tão boas que até dói. São como bombas de alegria, entusiasmo, paixão, festa. Um gajo ouve e fica apaixonado. POP. PUNK. HARDCORE. HIP-HOP. NOISE. INDIE. SPOKEN WORD. E mais qualquer coisa. Décadas de música a dançar juntas. Melodia, velocidade, chinfrineira adorável. Com os Japanther, a pop e o rock voltam a provocar aquela estranha sensação de que é possível mudar o futuro e a vida. De que tudo é possível. Num concerto. JM