Reencontro sempre imprevisível da guitarra de Luís Lopes com o saxofone alto de Jean-Luc Guionnet, depois do glorioso encontro na Culturgest no ano passado. Sem que o vasto e distinto percurso dos dois músicos aponte numa mesma direcção, não deixa de existir um denominador comum nesse campo aberto e indefinível que é a improvisação. Luís Lopes não descura as suas raízes no rock e nos blues para as fazer chegar a lugares cada vez mais difusos e incertos, igualmente apto a transmutar a tradição jazzística (Humanization Quartet) e a entregar o corpo ao noise (como nos seus recentes concertos a solo). Guionnet tem flanando (elogio) por inúmeros projectos que vão do quase silêncio de projectos como Hubbub ao free jazz feérico dos The Fish, com o fantasma de Ayler por perto, mas encetando uma linguagem profundamente sua. BS
