ZDB

Artes Visuais
Exposições

La Révolution R.S.V.P. de Pablo Echaurren

— curadoria de Sara de Chiara e Natxo Checa

27.05 — 30.09.23
Galeria Zé dos Bois

Inauguração:
Sábado, dia 27 de Maio, das 15h às 22h.

De 27 de Maio a 9 de Setembro
Segunda a Sábado, das 18h às 22h

A exposição estará visitável na semana da ARCOlisboa, de 22 a 28 de Maio, das 12h às 22h.

©Pablo Echaurren

No dia 27 de Maio, a Galeria Zé dos Bois inaugura La Révolution R.S.V.P., a primeira exposição individual de Pablo Echaurren, em Lisboa. A exposição tem como objectivo dar a conhecer a prática multifacetada do artista, especialmente a relacionada com os movimentos de contracultura em Itália nos anos 70, ao público português e internacional.

La Révolution R.S.V.P. reúne uma vasta selecção de trabalhos sobre papel – desenhos, colagens, fanzines – e outros – pinturas, assemblages, dioramas – do arquivo do artista em Roma, alguns dos quais são aqui apresentados publicamente pela primeira vez.

Um dos núcleos importantes na exposição é representado pelas obras de Echaurren de 1977-78, que corresponde ao período em que decidiu abandonar a sua carreira nas “artes” para servir no grupo dos “Indiani Metropolitani” – corrente criativa do movimento político de 1977 em Itália – em que o nome do artista se dissolve na dimensão colectiva e comprometida.

Criador de fanzines como Oask?! e Il complotto di Zurigo, onde afirma o seu signo, que mistura ilustração e escrita, citação culta e incursões pop em nome da ironia e do gosto pelo absurdo – visando uma desencantada e irónica visão da realidade – estendendo-se às capas dos livros, às fanzines, aos jornais como Lotta Continua, graffiti, romances gráficos e em centenas de cartazes.

A selecção de trabalhos de Echaurren apresentada na ZDB irá destacar o processo específico e intrigante de se inspirar na alta cultura oficial e de a traduzir para uma linguagem quotidiana, distorcendo-a de forma provocadora e escandalosa, através de um uso sofisticado do paradoxo e do humor.

A exposição ultrapassa a década de 1970 de modo a contar o complexo percurso artístico de Pablo Echaurren, desde os seus inícios, em 1969-70, com desenhos a tinta da china que emulavam a linguagem miniatural de Baruchello, até às suas mais recentes assemblages inspiradas nas novas descobertas sobre os Neandertais, passando por telas, colagens e papéis pintados datados entre 1980 e 2000.

De entre estes temas-chave estão: o manifesto poético do futurista “Parole in Libertà”, o pensamento de Marcel Duchamp, as Máquinas Celibatárias de Picabia, a hibridação de códigos, registos e campos semânticos, o fascínio pela pré-história, a deriva situacionista e o sentimento de estranheza, a transformação da linguagem como processo alquímico, a revolução da comunicação, a crítica da monetização da arte.

É a esta revolução “suave” que se refere o convite do título, La Révolution R.S.V.P., dirigido a todos nós. Um convite a pensar contra a corrente, fora da caixa e a aguçar o espírito crítico, que transparece de uma obra que se mantém actual e que recorre a um sentimento de estranheza, questionando ironicamente qualquer afirmação.

A exposição será acompanhada por um programa de projecções de filmes e documentários, com curadoria de Luciana Fina. A programação completa será anunciada em breve.

Projecto apoiado pelo Italian Council (11.ª edição, 2022), o programa destinado a apoiar a arte contemporânea no mundo, promovido pela Direcção-Geral da Criatividade Contemporânea do Ministério da Cultura Italiano.

Pablo Echaurren

Pablo Echaurren (n. 1951, Roma) é um artista e escritor italiano. Começou a pintar aos 18 anos, sob a orientação de Gianfranco Baruchello, e foi rapidamente descoberto pelo crítico e galerista Arturo Schwarz. Entre 1971 e 1976, o seu trabalho foi amplamente apresentado em Itália e a nível internacional. Em 1977, Echaurren desempenhou um papel activo no movimento “indiani metropolitani”, uma secção da extrema esquerda que, em 1977, adoptou as linguagens estéticas da vanguarda artística. Echaurren afastou-se temporariamente do mundo da arte para se envolver em movimentos de contracultura, produzindo fanzines e contribuindo para revistas e jornais. Após essa experiência, Echaurren voltou a pintar e a desenhar, além de experimentar outros meios. É autor de romances e panfletos sobre o mundo da arte. É membro da Academia Nacional de San Luca, desde 1997. Em 2010, fundou a Fondazione Echaurren Salaris com a sua mulher, a historiadora de arte Claudia Salaris. Desde 2012, é bloguista do The Huffington Post. As suas exposições individuais mais recentes incluem: Pablo Echaurren. Dagli anni settanta a oggi (Chiostro del Bramante, Roma, 2004); Pablo Echaurren a Siena (Magazzini del Sale, Siena, 2008); Crhomo Sapiens (Museo della Fondazione Roma, Palazzo Cipolla, Roma, 2010-11); Lasciare il segno (MAR, Ravenna, 2011); Baroque’n’Roll (MACRO, Roma, 2011); Matta: Roberto Sebastian Matta, Gordon Matta-Clark, Pablo Echaurren (Fondazione Querini Stampalia, Veneza, 2013); Iconoclast (Estorick Collection of Modern Italian Art, Londres, 2014); Make Art not Money (Museo Nacional de Bellas Artes, Santiago do Chile, 2016); Contropittura (Galleria Nazionale d’Arte Moderna, Roma, 2016), Du champ magnétique (Scala Contarini del Bovolo, Veneza, 2017); Soft Wall (Palazzo della Cultura, Catania, 2017-18); Neader Tales (MLAC, Sapienza, Roma, 2022); Viola! Pablo Echaurren e gli indiani metropolitani, (MAMbo, Bolonha, 2023).

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