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Lael Neale ⟡ Humana Taranja

qui01.06.2322:00
Galeria Zé dos Bois


Lael Neale ©Alexandra Cabral

Lael Neale

Uma viagem no tempo até há, mais coisa menos coisa, quinze anos, confere o entusiasmo universal – exagero – com a hypnagogic pop. Entretanto, inventam-se nomes, ou evoluem, para se enfiar coisas novas – ou mais coisas – e chillwave ou hauntology passaram a dominar o vocabulário. Em certa medida, até a vaporwave teve um lugar nesta ocupação, ou evolução. Tudo isto a propósito de Lael Neale, surgiu em meados da década passada com “I’ll Be Your Man”, um invulgar primeiro álbum de uma artista à procura de si mesma: folk ingénuo de boas ideias, mas preso a fórmulas de quem andava em desencontros com Los Angeles. Gravado em 2019 e editado em 2021, “Acquainted With Night” carrega a emoção de uma artista que encontrou a musa ou a inspiração para reverter a convenção do folk a canções hipnóticas, que carregam na memória pelo filtro da hypnagogic pop. Lael Neale transformou-se, carregou as canções de optimismo e encarou a ideia de nostalgia que acontece a todo e qualquer momento como uma ideia poster.

O fenómeno não aconteceu por acaso. Lael Neale sentiu a necessidade de mudar, de muscular aquelas canções para lá da roupa folk. Aliou-se a Guy Blakeslee e este tornou-se num braço direito que celebra estas ideias com o mesmo entusiasmo. As ideias das canções estendem-se para os videoclips e toda a imagética que acompanha os álbuns. Poderia ter sido fogo ocasional, mas a relação reforçou-se em “Star Eaters Delight”, o álbum de 2023 gravado durante a pandemia, com Neale fora de Los Angeles e a reencontrar-se com a quinta da família, na Virgínia. Será este álbum que apresentará na ZDB, que sairá a 21 de Abril e do qual já foram adiantados os temas “Faster Than Medicine”, “I Am The River” e “In Verona”, que partilham o mesmo ADN do álbum anterior, mas que exteriorizam melhor – até visualmente, pelos vídeos – esta ideia de Lael Neale escarafunchar o passado, a memória, a construir música granulada de poucos recursos e que apela a essenciais princípio da hypnagogic pop, como a sensação de se estar ligado a um tempo que ficou adormecido na infância. AS

Humana Taranja

A estética sonora dos Humana Taranja desdobra-se a cada lançamento. O projecto pensado e iniciado pelo vocalista Guilherme Firmino foi-se polindo gradualmente através da formação definitiva da banda, que conta com David Yala na guitarra solo, Filipa da Silva Pina no teclado e nas vozes, Marta Inverno no baixo e nos coros, e Afonso Ferreira na bateria.

Estrearam-se ao vivo em 2018, na última edição do festival Barreiro Rocks. Em 2020, lançaram o EP Quase Vivos, que lhes valeu o 26.º lugar na lista de Melhores Discos Portugueses de 2020, de acordo com a revista espanhola Mindies. Em 2023, surge finalmente o primeiro longa-duração da banda, intitulado Zafira, um álbum conceptual, uma história em tom de música, salpicado de cor, mas também coberto por uma distorção aguçada que dá o salto para aquilo que vem depois.

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