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Luís Severo ⟡ Calcutá

— Lançamento de "Cara d’Anjo" de Luís Severo

sáb12.12.1522:00
Galeria Zé dos Bois


Luís Severo ©Diana de Sá
Calcutá ©André Chaby Mendonça

Luís Severo

Há anos que a Interpress no Bairro Alto, a meros minutos da Galeria Zé dos Bois, é uma autêntica fábrica de música. Nas suas várias salas de ensaio e estúdios de gravação, conspiram-se a todo o instante novas bandas, canções, jams, enfim, tudo aquilo que pode acontecer quando músicos de diversas proveniências convivem mais ou menos quotidianamente num mesmo local. Um dos últimos músicos a integrar o espaço foi Luís Severo, o odivelense anteriormente conhecido por tocar e lançar discos como O Cão da Morte, tendo entrado mais especificamente para o estúdio onde Filipe Sambado e Luís Barros já trabalhavam (na extinta banda Cochaise, Alek Rein, etc.).

O disco que vem apresentar na ZDB, o recente Cara d’Anjo, foi produzido nessa sala da Interpress. Para isso, pôs mãos às teclas e cordas, destacou Sambado para ajudar na mistura e Barros para tocar bateria, e ainda Bernardo Álvares para tocar baixo e Ricardo Amaral na guitarra eléctrica. Esta instrumentalização é fulcral para a experiência estética do disco, para a veiculação das emoções e humores associados às várias narrativas, mas a verdade é, que o que há de mais sumarento em Cara d’Anjo, se prende ao domínio da cantautoria propriamente dita. Luís Severo, expandindo o cancioneiro que iniciara em 2009 e que complementara ao lado de Coelho Radioactivo no dueto Flamingos, mostrou mais uma vez a sua faceta de santo casamenteiro da melodia e da letra. Ironicamente ou não, a canção Santo António deste seu último disco é um dos melhores exemplos da forma deliberada como trata a métrica e o sentido.

Não vale a pena fazer comparações com B Fachada, Éme ou Benjamim, outros músicos que definem a cantautoria portuguesa contemporânea, mas apenas dizer que o trabalho de Luís Severo os complementa de forma única nesse retrato plural e multidimensional da capital e dos subúrbios, dos seus símbolos, da juventude cada vez mais tardia, da paixão, etc. Severo refere-se ainda à música além-fronteiras, como se pode notar, por exemplo, nas influências de Leonard Cohen em certas cadências do disco, como é o caso da Lábios de Vinho. Mas o que une tematicamente as oito canções de Cara d’Anjo, nas palavras do próprio, é falar de «deixar fantasmas, medos e paranóias, para amar só no presente». Ora, que melhor pretexto para marcar um encontro na ZDB? Alexandre Rendeiro

voz e guitarra: Luís Severo | guitarra e coros: Alexandre Rendeiro | baixo e contrabaixo: Bernardo Álvares | bateria: Diogo Rodrigues

Calcutá

Calcutá é o nome escolhido por Teresa Castro para compor e interpretar música a solo, destacando-se assim do outro projecto que integra, a banda Mighty Sands (ex-Los Black Jews). Aqui também canta em inglês e toca guitarra, mas distingue-se por se enquadrar numa estética ghost folk: o seu fingerpicking sereno e insistente, veículo harmonioso e rítmico para as melodias e letras, leva-nos para o outro lado do Atlântico, para a terra dos westerns, para tempos que só podemos aceder através de histórias, de memórias, de fantasmas. Alexandre Rendeiro

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