Nascido de uma linhagem histórica de verdadeiros apaixonados por música, Manish Pingle foi desde muito cedo embrenhado na riqueza, peso e história da tradição indiana, tendo aos oito anos começado por aprender o canto clássico motivado pela sua mãe. Desse período de descoberta constante ficou profundamente marcada a guitarra lap steel presente nas canções de gurus como Sunil Ganguly, Gautam Dasgupta ou Van Shipley, mas foi a entrega e devoção ao instrumento de Pandit Brij Bhushan que acendeu definitivamente o rastilho para a descoberta de uma linguagem.
Num processo de escuta e aprendizagem constante e profunda, Pingle foi absorvendo os ensinamentos de mestres como Pt. Brij Bhushan Kabra ou Vishwamohan Bhatt com a benção dos mesmos, experimentando novas técnicas e afinações, num work in progress devoto e evolutivo em redor do peso beatífico do ragga devedor de anos de estudo sob a alçada do mestre da cítara Ustad Shahid Parvez. Mosaico da riqueza da tradição, converge todas essas escolas de pensamento e vida numa abordagem verdadeira, informada e idiossincrática, onde a lap steel se eleva num plano sensorial e comunicação absolutos e em exploração.
Ávido de saber, Pingle deixa-se tocar pelo jazz, pelos blues, pela música Sufi e demais formas de expressão puras para daí erigir peças de uma sensibilidade tangível, feitas de acordes em suspensão e envoltas numa circularidade hipnótica. Paralelamente, trabalha também enquanto engenheiro de som, conduzindo inúmeros workshops e com mão em diversos trabalhos de televisão e cinema, numa realidade em que a música é afinal vida. BS