Segunda atuação deste trio, surgido em 2018 como uma continuação do trabalho de composição de Marco Franco, anteriormente registado a solo no álbum Mudra, onde revelou todo o seu lirismo ao piano, em temas de beleza suspensa na órbita de Satie ou Debussy mas com cunho próprio. Triângulo de respeito alinhado entre o piano de Franco, a celesta de Joana Gama e o harmónio de Tiago Sousa, ganha agora uma muito aguardada sequência, aprofundando esse carácter de composição, cada vez mais claro e desafiante numa trindade de instrumentos muito particulares e poucas vezes em diálogo.
Três compositores valorosos do nosso panorama, de linguagem muito pessoal e currículo excelso, quer a solo, quer em colaborações, numa espécie de triangulação de sonho harmónica e tímbrica das possibilidades de três teclados distintos no som, na abordagem e na forma, conduzindo com graça, saber e intuição estes sons tangentes a uma música planante e contemplativa.