ZDB

Artes Performativas
Teatro

Monstro: Hecatombe Teatro do Vestido

18.12 — 21.12.10
ZDB Rua da Barroca 59


A ZDB acolhe o Teatro do Vestido no Aquário para apresentar a segunda parte do projecto Monstro: Hecatombe.

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Monstro é o nome do todo.

Calamidade foi a primeira parte, construída com a cumplicidade de espaços e estruturas como o CITEMOR, o Alkantara e o Teatro Pradillo em Madrid. Nele, falávamos de uma perspectiva mais de fora para dentro na procura das razões deste lamaçal-lodo em que nos vemos metidos e para o qual ninguém parece ter uma explicação plausível, nem tão pouco consegue traçar a genealogia do como começou. E não nos entendam mal, não estamos a falar da crise económica – mas deste mal de vivre cá dentro, desta crise de valores mais do que tudo, esta crise de esperança, esta crise política, sim, ou melhor, crise ideológica (que como todos sabemos também já não é de agora), esta coisa a que chamámos Monstro – que nos agarra, agarra, agarra – e nós, como o Coiote, a tentar escapar mas a correr no ar até nos darmos conta que ups! lá em baixo é o abismo.

Enfim, adiante, novo capítulo: Hecatombe. Uma segunda parte agora dirigida por Maurício Paroni de Castro, que escreveu a propósito deste espectáculo:

A linha ténue entre nós

Esta segunda fase de trabalho vê três actores – Joana Craveiro, Tânia Guerreiro, Gonçalo Alegria – e o seu
director – Maurício Paroni de Castro – envolvidos na escrita cénica de uma caminhada emocional pelo espaço vazio entre as nossas individualidades pessoais e quatro personagens da dramaturgia convencional, nomeadamente: Nora, de Casa de Bonecas (Ibsen), a Qualquer Uma de Como tu me Quiseres (Pirandello), Hamlet e o fantasma de seu pai, de Hamlet (Shakespeare).

Tal caminhada é cartografada dramaturgicamente pela actuação de algumas passagens-chave que eles decidem interpretar ou ler das suas respectivas personagens. O público testemunhará o traçar das linhas cartográficas entre as mesmas passagens – pontos cardeais – e poderá vir a estabelecer paralelismos, dicotomias, abismos e limites entre individualidades assim relacionadas. Isto favorece estarmos em primeiro plano diante da história pessoal que é a carne das personagens e hecatombes encenadas que sempre nos é escondida nos palcos.

Trata-se de momentos fugazes de um intimismo que somente a arte do teatro pode ensejar – desde que feito desta maneira particular e tão pessoalmente empenhativa. Espero que se tenha reflexão e deleite pessoal nestas réplicas irrepetíveis; porque nós é que somos irrepetíveis, nós é que temos visões irrepetíveis e feitas da nossa própria carne e pensamento, enquanto material dramático.

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