ZDB

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Concertos

Night Lovell ⟡ Puto Anderson

qui23.02.1721:00
Galeria Zé dos Bois


Por razões alheias à produção da ZDB, o concerto de Night Lovell será adiado para as 00h00. As portas abrem às 21h00 com ​um DJset cortesia Puto Anderson (Editora Príncipe) ​às 22h00. Será possível a devolução dos bilhetes entre as 21h e as 22h.

Night Lovell

Sim; o Canadá ofereceu Drake ao mundo, mas os labirintos musicais dessa América mais a norte são bem mais ricos e complexos e nos subterrâneos navega Night Lovell, extraordinário e completo artista que em 2014 se plantou firmemente no mapa hip hop com a edição de Concept Vague.

Até aqui, Lovell era um segredo canadiano bem guardado, mas o caminho que agora o traz até à ZDB integra-se numa ambiciosa digressão europeia de algumas dezenas de datas que prometem aprimorar o outro lado da arte de Lovell: a de performer. É que até aqui, com Concept Vague, primeiro, e com o sucessor Red Teenage Melody, depois, Night Lovell afirmou uma sólida capacidade lírica aliada a um ouvido apurado que o tem levado a escolher os cenários sónicos correctos para cada uma das suas intrincadas rimas.

Sobre poderosos trovões sónicos de produtores como Dylan Brady, Blank Body ou glocque, Night Lovell forçou a subida de uns quantos furos na sua escala pessoal, elevando Red Teenage Melody a novos standards por via da inspiração investida: um mais alargado leque emocional, mais ambiciosos jogos rimáticos e até a ousadia experimental de testar outras estruturas de canções em temas como “Just Tryna” ou “I’m Okay”: apocalípticos, intensos, negros, densos. Lovell está a caminho do topo, mas não faz concessões de espécie alguma.

No mais recente álbum, Lovell conta com colaborações de Wavy Drexler, Dylan Brady ou Nessly, mas no essencial esse trabalho é um vigoroso monólogo em que o rapper canadiano afirma uma segura candidatura a um lugar na primeira divisão de uma complexa cena hip hop internacional.

A partir de Ottawa, Night Lovell tem vindo a dar passos seguros em direcção ao futuro. Os relatos dos momentos em que a sua arte se cruza com os palcos são geralmente arrebatados, apontando para trunfos como “Dark Light” ou “Fraud” como argumentos maiores nessas apresentações. A presente digressão permitirá a Night Lovell afinar os seus talentos: flows imaginativos que permitem entregar com eficácia máxima palavras que parecem não poupar a realidade às suas observações fundas e mordazes, uma capacidade de encaixe orgânico nos beats mais complexos e uma presença física plena de carisma. Tudo junto rende uma certeza: Night Lovell pertence ao futuro! RMA

Puto Anderson

Ponta de lança da Firma do Txiga, com disco de debute a sair na Príncipe em breve.

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