ZDB

Música
Concertos

Night Magic

— Leila Bordreuil, Gabriel Ferrandini, César Burago, Margarida Garcia, Inês Tartaruga Água, Miguel Abras, J Jeco, Jazz is Back with Friends

qua13.12.2321:30
qui14.12.2321:30
Galeria Zé dos Bois


Gabriel Ferrandini ©Lpd production
Leila Bordreuil
César Burago ©Nuno Martins
Margarida Garcia ©André Hencleeday
Inês Tartaruga Água ©Mário Mar

Agora que já não contamos tanto com ele aqui por perto, força de uma digressão pelo mundo com a nova peça de teatro de Tiago Rodrigues, Gabriel Ferrandini programa a segunda edição de Night Magic, duas noites de música inclassificável, nesta casa que é também dele.

Figura bem activa no epicentro do panorama em toda a sua multiplicidade, Ferrandini revela também uma atenção, crença e entusiasmo que se sente, e ainda mais se sentiu durante aqueles meses de loucura em que tomou conta do Irreal com Pedro Sousa. Sítio saudoso que aglutinou ideias e vidas, com concertos (praticamente) todos os dias num espectro de linguagens vasto onde o jazz e a música improvisada tinham, como é óbvio, espaço privilegiado. É na memória desses dias e com um sentido de celebração que Ferrandini se propõe agora a ocupar esta espaço com duas noites com quatro solos, uma performance sonora e música escolhida por cúmplices e amigos. BS

PROGRAMA

QUARTA, 13 DEZEMBRO

2.º andar (entrada livre)
21h30 Inês Tartaruga Água (instalação sonora com activação)

Aquário
22h00 César Burago (concerto)
22h45 Leila Bordreuil (concerto)

Bar do Aquário
23h45 J Jeco (set)

QUINTA, 14 DEZEMBRO

2.º andar (entrada livre)
21h30 Inês Tartaruga Água (instalação sonora com activação)

Aquário
22h00 Margarida Garcia (concerto)
22h45 Gabriel Ferrandini (concerto)

Bar do Aquário
23h45 Jazz is Back with Friends (set)

Leila Bordreuil

Leila Bordreuil é uma violoncelista, compositora, improvisadora e artista sonora franco-americana. Vive atualmente em Brooklyn. A sua linguagem musical utiliza tanto conceitos do noise como do clássico contemporâneo, do free jazz e de outras tradições experimentais.

Impulsionada por um interesse feroz no som em estado puro e na sua textura inerente, Leila Bordreuil desafia a prática convencional do violoncelo, baseando-se em técnicas extensivas e métodos de amplificação extremos sem pedais de efeitos. “Procuro um som mágico, que cure, que mate, que vire o cérebro de pernas para o ar”.

As suas composições incorporam frequentemente explorações psicoacústicas e espacialização sonora através de peças site-specific e instalações multi-canal. Numerosas e diversas colaborações com, entre outros: Bill Nace (Body/Head), Tamio Shiraishi (Fushitutsa), Laurel Halo, Zach Rowden, Kali Malone, Susan Alcorn, Ingrid Laubrock, Lee Ranaldo, entre outros

Gabriel Ferrandini

Gabriel Ferrandini é mais do que uma promessa cumprida de um baterista da música contemporânea portuguesa. O artista e músico extravasou amplamente esse território para se afirmar vulnerável e visceralmente curioso ao mundo em redor, sempre com a música a marcar o compasso de uma visão de arte total, onde a dimensão poética se insinua.

No momento em que tem estado em digressão pela Europa, enquanto compositor e músico da nova criação do encenador Tiago Rodrigues, Gabriel Ferrandini regressa à ZDB para um solo raro. Em Hair of The Dog, o seu último disco, espalha a sua criatividade indomada por bateria, percussão e eletrónica, vincando o quanto a sua prodigiosa técnica nunca se impõe a uma musicalidade sem rédeas. Um disco que tanto incorpora as ferramentas do jazz quanto às qualidades da música contemporânea, com doses iguais de composição em tempo real e de apurado trabalho de estúdio, que passa agora a conhecer a vida de palco.

César Burago

“Facilmente reconhecível como um dos mais idiossincráticos músicos deste rectângulo, o percussionista português/angolano César Burago foi sendo reconhecido como conspirador quase indissociável de Sei Miguel (e pontualmente também de Rafael Toral), contribuindo decisivamente para os universos sonoros maravilhosamente rarefeitos e em suspensão desses dois nomes maiores que Portugal tem a sorte de ter gerado. Após um hiato dos espectáculos ao vivo, voltou recentemente a apresentar-se em solo absoluto, e só temos a agradecer o privilégio – porque a forma como interpreta o pulsar das músicas à volta do jazz com recursos percussivos aparentemente parcos (e, efectivamente, Pequenos) e como desenha miniaturas de impossíveis arquitecturas e métricas fazem acreditar, sempre que o ouvimos, que está nas mãos dele a chave para o segredo mais íntimo do ritmo.” (Texto: OUT.RA)

Inês Tartaruga Água

Inês Tartaruga Água (Válega, 1994). Fazedora multidisciplinar, entusiasta da regeneração radical, exploradora sonora e adepta da filosofia DIY bem como de práticas colaborativas e participativas em espaço público. Expõe colectivamente destacando-se a XIII Bienal Internacional de Cerâmica Artística (Aveiro, 2017), Убежище / Suoja / Shelter Festival – Laboratory (Helsínquia, 2019), «48 часов Новосибирск» (Sibéria, 2019), ou Derivas e Criaturas – Novas Aquisições da Coleção Municipal de Arte (Porto, 2022). A solo estreia-se em O Museu Como Performance na Casa de Serralves (2021 e 2022), na Biblioteca Pública de Salamanca (2021), e mais recentemente, na Galeria Dentro com Garden of Fixes (2023). Co-fundadora do colectivo REFLUXO e DIES LEXIC. Integra o colectivo artístico internacional “Mycelium” (RU, DEN, IT, EUA e PT) , “MOSCXS” e Favela Discos com sede no Porto.

Margarida Garcia

Margarida Garcia (Lisboa, 1977) tem vindo a desenvolver, desde meados dos anos noventa, uma linguagem muito pessoal e única para o baixo eléctrico. Simples, melodiosa, lenta, sub-aquosa e melancólica, ultrapassa a praxis actual da improvisação com uma espiral vinda das profundezas do underground contemporâneo. Antes de se mudar para Nova Iorque, em 2004, onde viveu durante sete anos e onde tocou regularmente em concertos com Loren Connors e Marcia Bassett, foi uma figura muito presente no som underground de Lisboa. Aí, conheceu o guitarrista Manuel Mota, um colaborador próximo desde os seus primórdios musicais – a sua primeira colaboração data de 1998. As suas explorações do arco, maioritariamente sombrias e dramáticas, em territórios profundamente obscuros e silenciosos, encontram-se também em colaborações com Thurston Moore, Mattin e DJ Marfox, Eddie Prévost entre outros. As artes visuais desempenham também um papel importante na sua actividade, tendo publicado um livro de desenhos, realizado várias exposições e trabalhos artísticos para vários lançamentos musicais. Desde 2014, vive entre Lisboa e Antuérpia, onde trabalha frequentemente com o ensemble Graindelavoix de Björn Schmelzer, nos seus vários projectos artísticos.

Miguel Abras

Registos da ablução sangrenta – sudário sonoro da martirização

Em resposta à agravante situação na Palestina , e à PROPAGANDA atroz feita pelos meios de comunicação portugueses e ocidentais, que tomou proporções diabólicas a partir do dia 8 de Outubro, decidi fazer uma colagem de sons de vídeos da página de telegram, Eye on Palestine. As atrocidades obscenas que Israel e os seus demoníacos parceiros ocidentais perpetraram, a que somos forçosamente obrigados a assistir em direto, estiveram, com a mesma perversidade com que mutilaram os corpos mártires palestinianos, a ser ocultados e subvertidos, para legitimar o constante bombardeamento completamente desigual em “resposta” à ofensiva do Hamas, justificada pelos anos de tormenta e bullying ocidental. Essa subversão foi a principal substância de justificação da barbárie sionista, nesta “guerra de PROPAGANDA” – não é guerra nenhuma, é sim uma ofensa antiga aos direitos humanos com a mesma idade que tem a sua declaração. Infelizmente, na hora em que escrevo e na hora em que lêem isto, a matança ainda prossegue.
A falsificação da preservação de um mundo “civilizado” através da faxina étnica, a impunidade no genocídio e a perpetuação da mentira relembram-me as ordens facistas do mundo do século passado e alertam para o perigo da formação de uma rede mundial neofascista, encabeçada pelas potências beligerantes, que são já a grande autoridade decisora internacional. Temos que nos livrar JÁ disso, começando por pôr um fim ao sofrimento. O mais rapidamente possível.
Este poema sonoro, com elementos de field-recording e alguns pormenores musicais, de dor a bradar por misericórdia, é um pequeno arquivo para que nunca nos esqueçamos desta chacina, nem da forma como a luta famigerada pelo capital instigou a exoneração do seu agente terrorista e sanguinário, Israel.

Programa Relacionado

Próximos Eventos

aceito
Ao utilizar este website está a concordar com a utilização de cookies de acordo com o nossa política de privacidade.