A “Noite às Novas”. Uma noite de (quase) debutantes. No passado, ajudou a mostrar ao mundo gente como Norberto Lobo, Caveira, Nicotine’s Orchestra, Dopo, Coclea ou Filipe Felizardo. E eis que cai outra vez sobre o público agradecido. Com música que ainda não chegou, que está ansiosa por se dar a ouvir. De pelo na venta, precipitada, sem medo. Pronta, quando necessário, a ser arrogante, malcriada. Bela e bruta. Por onde começar? A “Noite às Novas” está cheia de desvios, travessias, subidas e descidas.
Começa-se por Rudolfo, puto MC, que mastiga tecno, noise, metal, Sega e Nintendo, hip-hop e pop nacional, que cospe rimas que enxotam Satanás. Com ele ninguém se mete. Nem os Buraka Sound Sistema, muito menos o Abrunhosa. Na pista, só dá Rudolfo, mestre dos Jogos de Tiro. Dan Deacon que se cuide. Mudança de coordenadas: as memórias de uma época cada vez mais longínqua: os sixties, pois claro. Cortesia culta do lisboeta Alek Rein, e autor de originais (“Gemini”, disco de estreia de fino recorte) e intérprete de versões (“Femme Fatale” está perfeita). Música “vintage” a descobrir com atenção. Novo desvio, agora com o projecto EITR, de Pedro Lopes e Pedro Sousa. Jazz electroacústico, ruídos mágicos sobre gira-discos, barulhinho maravilhoso, transbordante, que se multiplica nos ouvidos. Podiam chamar-se ZS e ter um disco com o nome de “New Slaves”. Nem uma coisa, nem outra. São de Lisboa e têm um tema, fantástico, com o nome “Tavira”. Robert Foster, moniker de Carlos Nascimento, faz sons cósmicos, texturas intensas, “”childhood new age dreamscapes,”, assim descreveu o próprio a sua música. Aquática, para fazer splash! JM