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Artes Visuais
Exposições

O Caçador de Borboletas

— de Eduardo Matos

17.07 — 09.10.10
Galeria Zé dos Bois


Aqui a Noite Chega Primeiro, vídeo em monitor, pal 4:3, cor, 11’30’’, 2009/10
Aqui a Noite Chega Primeiro, vídeo em monitor, pal 4:3, cor, 11’30’’, 2009/10
Aqui a Noite Chega Primeiro, vídeo em monitor, pal 4:3, cor, 11’30’’, 2009/10
Sem título, projecção slide sobre objecto, 2009/2010
Sem título, 60 objectos moldados e esculpidos a partir da lama do leito do Rio Trancão, 2009/10
“O Compositor” (pormenor), 2010 – Série de 30 Fotografias. Desenho do Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso do Museu de Cerâmica de Sacavém
O Compositor, painel de 30 fotografias, 2009/10 Imagens combinadas com desenhos do arquivo do Centro de Documentação do Museu da Cerâmica de Sacavém

Exposição individual de Eduardo Matos na Galeria Zé dos Bois

Aquando das minhas viagens do Porto para Lisboa por auto-estrada, observava sempre com curiosidade um pequeno trecho de paisagem que se apresentava pelo meu lado direito, imediatamente antes de chegar a Lisboa, uma espécie de garganta. Para quem se desloca a 120 km/h esse período de tempo são exactamente 21 segundos. A determinada hora do dia e quando a inclinação do Sol é maior, uma enorme sombra apodera-se do lugar, antecipando o crepúsculo, como se a noite chegasse ali primeiro.’ (1)

Um espaço onde tudo se organiza segundo o seu plano interior, sobretudo de acordo com as relações que nele se verificam entre os homens, animais e ambiente natural. O vale resulta desses modos temporais tal como o historiador francês Fernand Braudel o definiu: tempo biológico o do indivíduo, tempo social o das culturas humanas, das suas estruturas mentais, crenças, hábitos e costumes.

É esta infra-estrutura do lugar, das suas relações interiores e exteriores, a projecção mental do tempo que a história e estes lugares nos fornecem, a visão de uma paisagem em constante transformação, o silêncio que traz consigo, o objecto do meu projecto.

As peças deste puzzle parecem nunca se esgotar e são elas próprias capazes de formar tantas imagens quanto as que desejamos. De alimentar todas e quaisquer histórias. Este lugar constitui ambiguamente, perante aquela esmagadora realidade dos factos, um conjunto de coisas transformáveis e é esta possibilidade de elaboração de jogos polémicos, entre o subjectivo e o objectivo, entre a autenticidade e o falso, que motiva este trabalho.

(1) Excerto do texto da peça 21s, vídeo, 2010.

– Eduardo Matos

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