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Artes Performativas
Performance

O Mal de Ortov

— Uma tragicomédia para os tempos incertos em que vivemos

seg18.04.2219:00
ter19.04.2219:00
qua20.04.2219:00
qui21.04.2219:00
sex22.04.2219:00
sáb23.04.2219:00
Galeria Zé dos Bois


Um texto de Jaime Rocha com encenação de Paulo Campos dos Reis.

Jaime Rocha ensaia uma caracterização de Ortov: “uma personagem, um espantalho, um corpo que anda e gesticula, uma ideia, um texto, um homem, uma mulher, um ser errante, um boneco, um actor, uma poltrona, um espelho, um poeta, um animal, um gravador, um saco de plástico, ou é tudo isso ao mesmo tempo? Ou será a nossa própria vida, a de nós todos, o presente inquietante, o futuro incerto, o bem e o mal?”

“O actor que se apresentará com o nome de Ortov vai relatando aos espectadores o que ouviu na casa dos vizinhos, os diálogos que eles tiveram no dia-a-dia doméstico, enquanto se justifica pelo facto de ter assassinado a mulher desse casal, mostrando com esse acto o mal-estar social em que se vive. Ao mesmo tempo que confessa este acto violento em público, promove o seu próprio julgamento com ajuda dos espectadores em frente às câmaras de televisão convidadas para o efeito. Mantém ao longo da peça uma atitude expectante. Aguarda ansiosamente a chegada dos jornalistas.”

O primeiro parágrafo do texto de “O Mal de Ortov” dá indicações precisas e o mote para o que adiante se poderá esperar desta peça de Jaime Rocha, editada em 2009. Ortov (personagem/figura que surge, há mais de uma década, em diversos textos do autor) vem assumir o crime que diz ter cometido perante a plateia de espectadores (o público real de cada apresentação do espectáculo) e uma equipa de jornalistas (personagens que serão intermitentemente evocadas por Ortov ao longo do monólogo). Por intermédio deste dispositivo simples que coloca actor e assistência em permanente relação dialógica, o dramaturgo resgata a participação do espectador solicitando-lhe que, ora se assuma como confessor/voyeur privilegiado ora interpelando-o directamente para que tome partido no julgamento público da personagem. O teatro é, assim, convocado para (re)assumir o lugar político de ágora grega, espaço onde os assuntos da polis são debatidos e decisões agónicas tomadas – neste caso, através de uma peça que, escrita com o humor negro e mordacidade que caracterizam o teatro de Jaime Rocha, nos confronta com alguns temas candentes que persistem em caracterizar o nosso tempo como, entre outros, a espectacularização dos media.

Musgo

A MUSGO é uma estrutura de criação teatral fundada em Sintra, em 2012. Tem um apoio anual da Câmara Municipal de Sintra e da Fundação Cultursintra. Possui, actualmente, cinco eixos de programação: 1) produção própria: apresentação de espectáculos de teatro de reportório dramatúrgico sobretudo português, mais destacadamente de Jaime Rocha, dramaturgista e dramaturgo residente; 2) co-produções com outras estruturas de criação: em Outubro, estreou o espectáculo “Agamémnon”, de Jaime Rocha, em co-produção com cinco estruturas de criação sintrenses; 3) internacionalização: co-organiza o Festival Salencena, Cabo Verde, e apresenta espectáculos em contexto internacional (Angola, Cabo Verde, Macau) com o apoio do Instituto Camões ou outras instituições ou estruturas de criação; 4) Formação escolar: tem um protocolo de colaboração com a Escola Secundária de Santa Maria que visa a formação em contexto de trabalho (estágio profissional) dos seus alunos do Curso Profissional de Artes do Espectáculo – Interpretação (Projecto Teias). 5) Edição anual do «MUSGO LIVRO», revista/livro que reúne material dramatúrgico sobre o seu reportório (imagens ou textos informativos, literários e ensaísticos inéditos.)

Musgo e Jaime Rocha

Criações:
“O Construtor”. Quinta da Regaleira, Sintra.
“Ortov Sai do Escuro” de Jaime Rocha. Quinta da Ribafria, Sintra.
“do outro lado, o Muro” a partir de “O Terceiro Andar”. Centro Cultural Olga Cadaval, Sintra (Projecto Teias).
“Contaminação” a partir de “15 Minutos de Glória”. Centro Cultural Olga Cadaval, Sin-tra (Projecto Teias).

Curta-metragem:
“Ortov Sai do Escuro” de Ricardo Reis. Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa). (Vídeo)

Leituras:
“O Construtor” de Jaime Rocha. Escolas do concelho de Sintra.
“Mulher Inclinada Com Cântaro”. Biblioteca Municipal da Nazaré, Sociedade de In-strução Guilherme Cossoul, Lisboa.
“O Estendal e Outros Contos”. Feira do Livro da Nazaré.
“Poemas da Mulher e do Náufrago”. Biblioteca da Nazaré, Livraria Snob, Lisboa.
“Poesia de Jaime Rocha”. Poetas do Povo, Lisboa.

Dramaturgia:
“Fragmento Ilíada”. Escola Secundária de Santa, Sintra (Projecto Teias).

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