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Otomo Yoshihide e Chris Pitsiokos

ter29.05.1822:00
Galeria Zé dos Bois


Otomo Yoshihide
Chris Pitsiokos

No firmamento dos avanços sónicos inesgotáveis vindos do país do Sol Nascente ao lado de aventureiros tão díspares na sua idiossincrasia quanto igualmente essenciais como Masami Akita, Keiji Haino ou Ryoji Ikeda, Otomo Yoshihide tem vindo a trabalhar desde meados dos anos 80 num campo aberto onde coabitam o jazz, o improviso, o noise, o rock, a composição de bandas sonoras e formas ainda não cartografáveis.

Reconhecido no palco principalmente enquanto guitarrista e pelo contributo decisivo que deu ao gira-disquismo enquanto instrumento, explorando a via aberta por Christian Marclay até um plano com tanto de exploratório quanto de rigoroso e lúdico, revelou-se fora do seu país – após diversas obscuras edições em solo nipónico – enquanto líder desse colectivo agitador que foi o Ground Zero. Banda fundamental para a compreensão do monumental legado que o Japão nos tem deixado, deixa marcada a visão bem pessoal de Yoshihide, de herança dadaísta, num ponto onde o rock, o jazz e o noise se imiscuíam fora da fusão ou reverência numa colagem que ruminava essas linguagens com vista à sublimação de uma nova realidade.

A descoberta que tem sido constantemente renovada por Yoshihide, por entre o gira-disquismo a solo – Vinyl Tranquilizer -, colagem dada – The Night Before the Death of the Sampling Virus ., pequenos ensembles orquestrais – Cathode -, o seu New Jazz Ensemble, solos de guitarras tempestuosos e inúmeras colaborações com gente como Keith Rowe, Sachiko M ou Taku Sugimoto – que nos visita também por estes dias.

É nesse regime constante de colaboração, como quem vislumbra novas formas, que Yoshihide nos visita na companhia do compositor e saxofonista Chris Pitskiokos. Figura ainda bem jovem e emergente da nova música de Brooklyn, capaz de combinar num mesmo sopro a propulsão e nervo do noise e o skronk da no wave com o lirismo e fraseado do jazz e o rigor da composição, caminhando a passos largos para uma visão muito sua que o tem levado a colaborar com grandes das mais diversas áreas como Weasel Walter, Mick Barr, Nate Wooley ou C Spencer Yeh e assumir um papel frontal e cada vez mais premente na frente das músicas fronteiriças. Do encontro com Yoshihide nasce uma música incisiva, de passagens ríspidas e diálogo cortante, por entre o sopro irascível do saxofone e as texturas do gira-discos. Sempre novo. BS

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