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Música
Concertos

Peder Mannerfelt ⟡ Moss Kissing

sex14.10.2222:00
Galeria Zé dos Bois


Peder Mannerfelt © Märta Thisner
Moss Kissing

Peder Mannerfelt

As quase duas décadas de produção musical do sueco Mannerfelt tem sido um jogo alucinante de seguir. Um dos magos da electrónica atual cuja necessidade de exploração é inata. Com os Roll the Dice aprimorou a arte da composição e com Klara Lewis assinou um belíssimo retrato digital com o incógnito título KLMNOPQ. Pelo meio, contam-se as colaborações com Fever Ray e Blonde Redhead, assim como uma discografia a solo irrepreensível. As sementes da techno, as poeiras da afro e a distorção do punk industrial misturam-se numa festa meio demoníaca e extasiante comandada por um dos produtores mais despojados do seu tempo.

O arsenal de drum machines e sintetizadores que normalmente rodeiam o seu estúdio denunciam um criador frenético, curioso e exigente. O facto de chegar a tantos espaços, a partir de variadas abordagens, torna o acompanhamento do seu trabalho num prazer absoluto. Usa o humor de modo subtil, como forma de quebrar gelo, e não pensa duas vezes em activar um oscilador para destabilizar o mood. Discos como Lines Describing Circles ou Controlling Body são autênticos compêndios dessa liberdade marginal e destemida que tão bem caracteriza Mannerfelt.

Na ZDB vem apresentar-nos novas frequência sonoras, ainda por identificar. Até lá, testemunhar a ocasião é também fazer parte da história ainda por escrever. NA

Moss Kissing

Moss Kissing é um músico, intérprete e investigador audiográfico sedeado em Lisboa. Os seus espectáculos ao vivo são provenientes de diversas fontes; dubstep e techno formam a base da sua arte sonora e performativa e o underground metal infundem a sua presença no palco. Primariamente, o seu trabalho procura estimular a dança e o movimento, actuando como um condutor de volta aos sentimentos que experimentou em espaços queer, raves e festivais. Autodescrito como Scott Walker com Breakbeats, há um elemento lúdico no seu trabalho, mas ele é completamente sério. Quanto à produção, Moss usa uma abordagem audiográfica. Usando sons do seu ambiente e das pessoas que habitam a sua vida, para criar texturas ruminantes que se combinam com ritmos complexos e graves palpitantes. Em breve estreará os seus álbum “Pass Through” sobre vinil para o colectivo lisboeta Vilamar.

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