ZDB

Música
Concertos

Pharmakon ⟡ pä

qua03.05.1722:00
Galeria Zé dos Bois


Pharmakon

Pharmakon é Margaret Chardiet, compositora nova-iorquina que, nos últimos anos, se tornou numa figura de proa do noise nova-iorquino. Munida apenas de um microfone e de um laptop, fabricou três discos, Abandon, Bestial Burden e Contact (este com edição prevista para finais de Março , mais uma vez na Sacred Bones) que afirmaram a sua música sobre dois sentidos: um conceptual e outro visceral. Palavras e ideias, de um lado, carne e som do outro. A energia, a violência e a repetição são trazidas por uma reflexão não-académica, intuitiva, em torno do processo biológico do corpo e da relação deste com a mente.

As experiências pessoais de Chardiet (há três anos, foi-lhe removido um quisto benigno do abdómen numa intervenção médica urgente) podem explicar esse caminho, transfigurado em Contact – disco que explora a possibilidade de, através da electrónica, a música colocar em sintonia os ritmos dos corpos e estabelecer uma ligação inédita, física com a audiência.

Aquilo que Pharmakon propõe não é uma cura ou qualquer tipo de terapêutica, é uma experiência que promete ser metafísica: o ouvinte, se disposto a tal, acaba envolvido numa realidade sonora distinta, por vezes violenta, muito violenta. Na linhagem estética que se revela em Contact, é bom lembrar, escutam-se os Throbbing Gristle, os Whitehouse, os Swans; dominam as power-electronics e o noise destituído de qualquer estrutura pop ou rock. É música horizontal, na qual o puro ruído se confunde com o grito, e o instinto parece guiar os gestos da compositora. Mas música vital que, sem concessões, se move, com urgência desmedida, na direcção do outro. Música que, se pudesse, tocava nos corpos. JM

“O trabalho composicional de Filipa Campos e Paulo da Fonseca centra-se primordialmente na exploração das possibilidades da síntese subtrativa analógica. Partindo de um trabalho exloratório do comportamento das frequêcias sonoras, ou de notações gráficas, as esculturas sonoras de pä são elaboradas sob os princípios fundadores da música de escuta profunda e do dodecafonismo, resultando em composições combinatórias organizadas em sequências de contrapontos harmónicos e sub-harmónicos, informadas por esquemas de composição atonal de temperamento circular. Desde 2015 têm apresentado peças improvisavas e composições em espaços como a Zaratan – Arte Contemporânea, Igreja de S. Vicente (Évora), Eka Palace, Festival Silêncio, Estrela, Manteigaria – Galeria de Arte, entre outros.”

Próximos Eventos

aceito
Ao utilizar este website está a concordar com a utilização de cookies de acordo com o nossa política de privacidade.