O tempo também é o que fazemos dele. A máxima chega-nos de Copenhaga e o exemplo materializa-se no longo trabalho da Posh Isolation. Em cerca de uns meros três anos, a editora independente tem logrado manter um ritmo de edições frenético, mas respeitando uma qualidade irrepreensível. Pensar-se- ia no perigo de tanta oferta inundar a pertinência de cada disco, mas felizmente o receio não se aplica neste caso. Cada proposta traz um valor pessoal e em constante evolução. Concluímos que a experimentação é aqui claramente entendida como uma via e não como um destino.
Nascendo do encontro de quatro amigos, tudo começou com o intuito de criar, partilhar e apoiar música em que acreditavam (haverá, na verdade, outra forma?). A crença deles tornou-se na crença de tantos outros, não alinhando numa estética hermética que confinasse a editora a um determinado viveiro criativo. Para além das várias dezenas de edições, nos mais diversos formatos, é possível escutar um espectro sonoro delirante – em doze meses o output pode tomar forma de ruído bruto, techno apocalíptico ou aproximações à composição neo-clássica. Ou por outro prisma, a música a ser tratada como merece. Perante um reino tão bem povoado, é inglório apontar um ou outro artista na tentativa, mínima que seja, de representar a matéria que oferecem. Por isso mesmo, a ZDB reserva uma noite inteira à Posh Isolation através de quatro convidados dispostos a provar o que até agora se discursou. NA