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Música
Concertos

Sir Richard Bishop ⟡ Miguel Abras

sex05.07.1922:00
Galeria Zé dos Bois


Sir Richard Bishop

Sir Richard Bishop, guitarrista e compositor nascido no Arizona, afirmou-se pelo seu trabalho no projecto experimental Sun City Girls (1979-2007) e na fundação da editora Sublime Frequencies, dedicada à exposição de sonoridades obscuras de todo o globo. A solo conta já com onze discos editados por cinco editoras diferentes.

Segundo a sua página no bandcamp, Bishop adquiriu uma guitarra em Genebra, na Suíça, e levou-a até à cidade marroquina de Tânger onde, em apenas uma semana, gravou o disco que lançou em 2015 pela Drag City Records – Tangier Sessions. A expressão aí utilizada é «as canções caíram», como se estivessem contidas no próprio instrumento, ou seja, parece que a guitarra esperava por alguém que a acordasse do seu profundo sono. Numa entrevista Bishop conta que, desde o primeiro contacto, aquela misteriosa guitarra exercera sobre si um «poder extraordinário», assombrando-o nas noites que se seguiram e fazendo-o regressar à loja uma terceira vez, quando finalmente a adquiriu. O dono da loja parecia esperá-lo, sorrindo, e Bishop teve a sensação de estar a fazer um negócio com o diabo.

Na primeira faixa de Tangier Sessions, o dedilhar e o título «Frontier» não hesitam em revelar o que espera ao ouvinte: o relatar instrumental da antiquíssima história de intercâmbio cultural que levou melodias arábicas a surgir por entre o trastejar da guitarra espanhola. Se o ecletismo já era uma das características nos seus discos anteriores, aqui encontramo-lo numa cartografia mais restrita, embora o próprio multiculturalismo de Marrocos e o improviso de Bishop emancipem este «flamenco andaluz» de uma etnomusicologia que, ao dissecar o objecto de estudo, poderia reduzi-lo a um catálogo morto de motivos exóticos. Dito isto, aguarda-se um regresso que não será apenas para a malta do fingerpicking, mas sobretudo para quem se interroga «até onde uma guitarra pode levar um homem que a saiba montar». AR

Miguel Abras

Não será sempre um Jovem Excelso Happy mas tudo isso faz parte da persona de Miguel Abras. E de todos nós, em determinados momentos. A diferença está mesmo na bravura e honestidade com que o faz, como carrega as agruras, anseios e alegrias da vida para a palavra. Poeta de rua desta urbe a clamar a urgência pelo seu lado mais escabroso no meio do estrilho de Putas Bêbadas e baixista nos CAVEIRA, na banda do Éme e mais recentemente com a Sallim ao vivo. Arauto da melodia bastarda e da crueza, em estreia a solo no Aquário após fugazes aparições para nos atirar aquelas canções que são e só podiam ser suas.  BS

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