Mago da música urbana no Quénia, a revolução é real. Tido por muitos como um dos nomes mais refrescantes na eletrónica vanguardista, Slikback é sinónimo de energia pura. As noções de footwork, grime ou dubstep são aqui destiladas numa espécie de poção mágica que turbina qualquer um na pista de dança. Condensa vários desses géneros, sem nunca tomá-los por completo, transformando-as antes num mashup de interpretações singulares. Conhecido pelo fogo das suas actuações, tem também tocado ao lado de gente como MC Yella, Tzusing ou Hyph11E – e participou ainda em festivais de renome como Le Guess Who ou Unsound.
Alegadamente com centenas de gravações caseiras finalizadas, os EPs Tomo e Lasakaneku definiram o perfil e, por sua vez, o presente e o futuro de Slikback. Lá encontramos uma herança cultural da sua região, feita de polirritmia e vozes evocativas. O modo como processa essa dita herança é uma arte que domina; isto porque sabe evitar lugares comuns e desviar-se de becos criativos sem saída. Por outro lado, o sentido de desorientação provocada pela música é aqui, acima de tudo, um acto de libertação – próprio e junto do próximo. Um sentimento que só no colectivo atinge o seu esplendor. E nos tempos que correm, dificilmente poderia existir melhor premissa para uma noite. NA