O festival Sonic Scope nasceu em Setembro de 2001 a partir de uma iniciativa de dois artistas sonoros e visuais, Nuno Moita e João Vicente (o artista intermedia, André Gonçalves, juntar-se-ia à equipa organizadora a partir da segunda edição). O objectivo do evento é dar a oportunidade de mostrar, num único contexto, novas linguagens ou novas propostas de projectos marcantes da realidade experimental em Portugal, sempre que possível em confronto directo com propostas internacionais. Dez anos depois, o Sonic Scope regressa à Galeria Zé dos Bois nesta que é a 11ª edição do Festival.
Sonic Scope #11
Hurricane
Improvisação intensa e orgânica, drones, white noise, explosões atonais de energia, free music irracional, groove mutante e poliritmias labirínticas. Tudo isto cabe no improvável novo projecto que junta Rodrigo Amado (saxofone) a Dj Ride (turntable e electrónica), e Gabriel Ferrandini (bateria), naquela que é a formação mais desconcertante e transversal do saxofonista. Com raízes na improvisação livre e o nome retirado da obra de Glenn Spearman, uma das grandes influências de Amado, Hurricane inspira-se directamente numa visão alargada e abrangente da música, um caleidoscópio de abstracção e energia onde são destiladas com paixão as mais diversas influências musicais – Sam Rivers, Pharoah Sanders, Coltrane, Brötzmann, Sun Ra, Mingus ou Vandermark, mas também Can, Flying Lotus, Curtis Mayfield, Shabazz Palaces, Burial, J Dilla ou Madlib. Ao saxofone free form de Amado, respondem a agilidade de Ride nos pratos e na manipulação electrónica em tempo real e a exuberância intuitiva de Ferrandini na bateria. Três das principais figuras da cena criativa nacional
Falaise
Duo de Hernâni Faustino (RED trio, Nobuyasu Furuya Quintet) e Pedro Sousa (Pão, ACRE, eitr), contrabaixo e saxofone, os recém formados Falaise procuram criar uma linguagem musical feita através da pesquisa abstracta do som produzido pelos seus instrumentos. Através da livre improvisação são criadas camadas de drones, ou dinâmicas discordantes e tonalidades fleumáticas. As massas e sons texturais são esticadas ao limite do near silence e das ruidosas explosões que os instrumentos acústicos permitem. Em Fevereiro último, a dupla estreou-se na ZDB, apresentando o seu primeiro disco (edição Dromos Records, numa edição luxosamente trabalhada por António Júlio Duarte).
Guitarras Variáveis
“Guitarras Variáveis” é o resultado de uma união de músicos que usam a guitarra como um instrumento comum de exploração, composição e base melódica. A consciência e a importância das influências, e dos géneros que cada um extraiu no seu percurso individual, levam os participantes a expor o lado descomprometido dos acordes estandardizados do rock, das notas repetitivas da electrónica e da fluidez espontânea da improvisação. O lado imaginativo desta partilha sonora procura no experimentalismo uma outra forma de apresentação e atitude musical da guitarra. O projecto surgiu numa iniciativa de Pedro Almeida, com Luís Varatojo e João Hora nos Encontros de Música Experimental EME2003, em Palmela (Setúbal, Portugal). Participaram até agora, André Gonçalves (okSuitcase), Alexandre Costa, Alexandre Soares (3 Tristes Tigres), Carlos Lobo (Evols), França Gomes (Evols), Horácio Marques, João Hora (FFT), LOC, Leonel Sousa (Alla Polacca), Luís Varatojo (A Naifa), Manuel Guimarães, Paulo Lopes (Repórter Estrábico), Pedro Almeida (aCUR), Pedro Boavida, Shinjiro Yamaguchi (Two-Lines), Tó Trips (Dead Combo) e Vítor Santos (Evols).’ Texto da autoria dos músicos
Pinkdraft
Os Pinkdraft procuram através de elementos electro-acústicos e electrónicos desenvolver texturas de timbre e ritmo particulares, redimensionando cada um dos instrumentos manipulados na procura quer de campos de conflito quer de simpatia. O disco de estreia foi gravado ao vivo na Fundição de Oeiras
Entrada
8€ passe para os 2 dias€