Em apresentação de um novo EP, os The Eggstream são um trio composto por Norberto Lobo na guitarra eléctrica e Pak Yan Lau e Giovanni Di Domenico nos teclados. Figuras de trajectos díspares que se encontram aqui num vértice plácido e em constante mutação que tanto pode evocar o lirismo austero do post-rock que interessa – facção Gastr Del Sol, Labradford – em mantas freeform como os voos rasantes ao cosmos que o Eno ensaiou com o Robert Fripp depois de aprendidas as lições com os Cluster. De Norberto Lobo conhecem-se-lhe melhor as capacidades infinitas na guitarra acústica, mas os mais atentos já tomaram contacto com toda uma igual destreza nas cordas amplificadas. Pak Yan Lau e Giovanni Di Domenico são dois músicos sediados em Bruxelas com um historial fértil nos mundos da improvisação e da composição instantânea e electro-acústica que se têm vindo a desdobrar em inúmeros projectos e colaborações com gente tão ilustre como Jim O’Rourke, Arve Henriksen ou Chris Corsano. BS
The Eggstream ⟡ Alek Rein
The Eggstream c/ Norberto Lobo, Pak Yan Lau e Giovanni Di Domenico
Alek Rein c/ Guilherme Canhão, Marco Franco e João "Shela"
Artista multidisciplinar, Alexandre Rendeiro encarna em Alek Rein o seu escritor de canções – na tradição heteronímia de Fernando Pessoa. Respirando, sem reverência fetichista, a aura da folk britânica de cariz psicadélico, que partindo do onirismo medieval da Incredible String Band se despiu na bizarria loner de um Syd Barrett ou do Marc Bolan antes do brilho Glam. As suas canções deambulam por entre uma aparente normalidade confessional e a intangibilidade do sonho. Desde 2011 que é um dos residentes na ZDB e é nessa condição que tem trabalhado com uma nova banda onde pontificam alguns nomes transversais à vivência nesse palco: Marco Franco (Mikado Lab e inúmeras colaborações ad-hoc) na bateria, Guilherme Canhão (Sunflare, Tigrala, ex-Lobster) no baixo e João ‘Shela’ (ex-Paus, Riding Pânico, If Lucy Fell) nas teclas. Naquela que será a estreia deste combo, oportunidade para vislumbrar em primeira mão em que mundos tem andado a cabeça de Alek Rein, reconhecido já o seu potencial no traço acústico do bardo solista. BS