Regresso ao aquário deste reconhecido trio de actividade pontual formado por Adriana Sá, John Klima e Tó Trips, numa aparição de especial relevância e pertinência. Alinhamento sensorial destas três figuras de peso, história e relevância que se revelou numa música de beleza em suspensão e de uma circularidade hipnótica. Algures entre a música de câmara, a poeira dos blues, o minimalismo e a catarse do misticismo pan-asiático, a música dos Timespine assentava num triângulo de zither, baixo e guitarra dobro — com pontuais intervenções electrónicas — para assumir a composição em tempo real como campo aberto à exploração e ao encanto. Regressando agora com uma instrumentação ligeiramente diferente apresentam algo que aconteceu/nasceu depois dos trabalhos cristalizados nos dois discos anteriores. Algo que os expande para além do previsto, em direcções extraordinárias, de tão certas e inesperadas, com Trips na guitarra eléctrica, onde o software reactivo desenhado por Sá e Klima é de uma importância fulcral em toda a narrativa, os Timespine revelam a luz que têm vindo a criar na sombra.