Ano novo, novo duo. Beatriz Pessoa, “a voz que a pop roubou ao jazz”, escreveu o jornalista Gonçalo Frota num artigo de 2018 para o Ípsilon. Após ter estudado no Hot Clube de Portugal e na Escola Superior de Música de Lisboa e passado uma temporada a viver em Paris, Pessoa editou em 2016 o EP Insects e em 2018 o EP II. Desde então, tem somado uma série consecutiva de feitos significativos, como a participação no Festival da Canção e actuações em vários festivais de destaque, como o NOS Alive, Meo Marés Vivas, Super Bock em Stock e Audio Rebel no Rio de Janeiro. Foi, aliás, na “Cidade Maravilhosa”, que gravou, em 2019, o seu primeiro longa duração, Primaveras, projecto que veio consolidar de forma concludente a sua paixão pela música brasileira. TRIZ, este projecto que vem estrear à Galeria Zé dos Bois, apresenta um conjunto de composições inéditas onde injecta no seu imaginário musical canarinho a estética da nova pop indie, nomeadamente, através da justaposição de elementos acústicos com elementos electrónicos (pedais e sintetizadores). É aqui que entra Pedro Branco, a outra metade do duo. Jovem guitarrista de uma persistência e polivalência admiráveis, tem desenvolvido a sua competência e versatilidade no instrumento desde os tempos em que estudou Jazz e Música Moderna na Universidade Lusíada e se tornou presença assídua nas jams do Hot Clube; durante os quatro anos em que tocou nas várias venues de Amsterdão enquanto prosseguia os seus estudos musicais no conservatório local; quando regressou, por fim, a Portugal, e passou a integrar uma série de projectos musicais de relevância incontornável no panorama nacional actual — You Can’t Win, Charlie Brown; Tiago Bettencourt; Marinho; Old Mountain; e a lista continua. Neste novíssimo duo a apresentar na Galeria Zé dos Bois, e é a Beatriz quem o diz, “o Pedro vem trazer uma sonoridade incrivelmente mágica que só ele poderia dar e juntamo-nos nesta duplicidade de interesses musicais”. AR